segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Painelistas afirmam que plano nacional de armazenagem deve amenizar problemas com estoques de arroz


Painelistas afirmam que plano nacional de armazenagem deve amenizar problemas com estoques de arroz

Fórum Secagem e Armazenagem Sustentável de Grãos na Propriedade foi realizado na tarde desta segunda, dia 26, na Expointer


Reprodução/Canal Rural
Fórum foi transmitido ao vivo pelo Canal Rural às 14h30min
Os representantes do setor arrozeiro presentes no Fórum Secagem e Armazenagem Sustentável de Grãos na Propriedade, realizado na tarde desta segunda, dia 26, na Expointer, se mostraram otimistas em relação ao plano nacional de armazenagem, anunciado pelo governo federal, em junho, junto ao Plano Safra. Na ocasião, Dilma Rousseff oficializou a liberação de R$ 25 bilhões para logística e armazenagem.

– Nunca existiu tanto dinheiro para a agricultura como agora. Isso vai deixar o produtor mais independente para decidir quando pretende vender sua produção – disse o diretor-administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento Extremo Sul (BRDE), José Hermeto Hoffmann.

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Também participaram do evento os painelistas Claudio Pereira, presidente do Irga, Gervásio de Paulus, diretor-técnico da Emater-RS, e Auro Kirinus, produtor e vice-presidente da Depressão Central da Federarroz e conselheiro do Irga. A mediação foi feita pelo jornalista Irineu Guarnier Filho.

Sobre o crédito do governo, produtores questionaram a burocracia encontrada para acessar as verbas. Hoffman explicou que, depois de feito o anúncio, é necessário aguardar por todas as regulamentações feitas pelas instituições financeiras.
– Agora, os bancos têm todas as normativas, só depende de análise. O BRDE já tem os recursos disponíveis para a armazenaem – ressaltou. Segundo ele, a armazenagem é um gargalo brasileiro desde a expansão da soja, na década de 70.

Claudio Pereira explicou que a falta de armazenamento próprio é um dos entraves ao desenvolvimento da cadeira produtiva gaúcha. Segundo ele, o governo estadual alinhou, em 2011, mais dois fatores que prejudicam a rizicultura: a dependência do mercado e o grande endividamento (no fim de 2012, o BNDES liberou R$ 1,5 bilhão para amortização das dívidas). Ele também ressaltou o prejuízo gerado pela falência de inúmeras cooperativas nos últimos anos. Para Pereira, o armazenamento não deve ser terceirizado:

– Boa parte dos armazéns privados estão com arroz da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento]. Quando o produtor precisa de um armazém para colocar seu produto, não tem. Entendemos que é estratégico que o produtor tenha um armazém próprio, mesmo que seja coletivo.

Em seu pronunciamento, Gervasio de Paulus, da Emater-RS, destacou que o desenvolvimento da infraestrutura não acompanhou o crescimento da produção nacional de grãos, principalmente nas duas últimas décadas. De acordo com o dirigente, a nível de propriedade, o Canadá armazena até 80% do que produz, os Estados Unidos, 65%, a Argentina, 30%, e Brasil, 15%.

– No Brasil, há 3,5 mil estruturas de armazenagem, que suportam 25 milhões de toneladas, para uma produção nacional que ultrapassa 180 milhões de toneladas.
Paulus citou os programas do governo como alternativas viáveis para o problema:

– Temos um enorme potencial pela frente e hoje existem políticas públicas como o Pronamp, o Pronaf, enfim, linhas que permitem o acesso ao financiamento para a construção dessas estruturas de armazenagem. Mas é importante pensar a nível de propriedade.
 
O técnico também criticou a terceirização do estoque, que pode acarretar em custos de frete e na perda da qualidade dos grãos.

O produtor Auro Kirinus destacou que o acesso à armazenagem foi facilitada com as lindas de crédito federeais.

– Hoje, podemos armazenar e vender nosso produto no momento certo. O apoio do governo, do BRDE e da Emater, com pequenos projetos voltados ao produtor, axiliam na comercialização.

Na sua propriedade, ele optou pelo modelo de secador de grãos e disse que consegue armazenar 60% da sua produção. Ele destacou a vantagem de vender no melhor momento, poder segurar o grão e não ficar dependente do mercado.

No último domingo, dia 25, o Irga divulgou as perspectivas de produção e área plantada de arroz no Rio Grande do Sul para a safra 2013/2014. O Estado é o principal produtor do cereal no país. O plantio deve apresentar leve crescimento de 2% em comparação com o período anterior. Os produtores gaúchos devem semear 1,100 milhão de hectares ante 1,079 milhão de hectares em 2012/2013. Nesta safra a expectativa é que a produtividade aumente 3,2% passando de 7.497 quilos por hectare, para 7.733 quilos por hectare.

Com a realização do Irga e do Canal Rural, o evento foi o segundo fórum transmitido ao vivo da Expointer, diretamente do Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no Rio Grande do Sul. 

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