VENDO DEPENDÊNCIA E HOTELARIA DE CAVALOS
FÁCIL ACESO 15 COXEIRAS 3 AÇUDES 2 POSSO ARTESIANO CAXA D ÁGUA DE 1000 LT CAMPO, MAIS CAMPO ARRENDADO CÓRREGO PRONTO
Dicas Importantes
MALUHIA E VC
» A raspagem do pelo do animal após um banho com shampoo de qualidade é importante para tornar o pelo dos animais mais brilhantes.
» Nunca guarde seu animal molhado. Normalmente após o trabalho ou passeio, costuma-se dar uma ducha nos cavalos, mas evite colocá-lo na baia ainda molhado, pois isto pode causar problemas nos cascos ou na pele, tais como: dermatites, podridão do casco, etc. » Sempre retire a sobra de ração da refeição anterior antes de fornecer novamente. Restos de ração no cocho podem predispor seu animal a distúrbios gastro-intestinais (cólicas). » Evite cortar totalmente a crina na região da fronte (cabeça). A crina ou topete desta região serve como proteção à insolação direta sobre cabeça, fato que pode prejudicar os cavalos que passam muitas horas ao sol. » Limpe diariamente os cascos do seu cavalo, uma simples prevenção como esta pode evitar problemas seríssimos de locomoção. » Forneça sal mineral à vontade para seu cavalo, os ingredientes existentes neste produto são essenciais à diversas funções fisiológicas dos cavalos. » Nunca dê banhos frios logo após longos períodos de exercício, pois o choque térmico pode causar sérios problemas musculares ao seu animal. » A ração acabou ? Evite trocar de marca ou tipo de ração bruscamente, pois os cavalos não se adaptam facilmente a novas "comidas", podendo ter problemas sérios de "cólica". » Troque de agulha e seringa quando novas medicações forem feitas, ou mesmo, quando mais de um animal for medicado ou vacinado. A utilização de produtos não descartáveis pode causar a transmissão de importantes doenças nos cavalos. » "Melhor prevenir do que remediar" - Às vezes doenças simples podem se complicar quando tardiamente tratadas. Além disso, fazer economia quando trata-se de vida não é sensato. O barato pode sair caro. Consulte seu veterinário de confiança ! » O cavalo é bastante seletivo em relação ao que ingere na alimentação, portanto, sempre forneça água de boa qualidade - substância esta essencial à vida e à saúde do seu animal. » A vermifugação e a vacinação regular dos cavalos evita muitas doenças. Além disso, existem vacinas obrigatórias, como por exemplo, vacina contra Encefalomielite Eqüina, que trata-se de uma zoonose (doença que pode ser transmitida dos animais para os homens). Informe-se ! » Informações gerais sobre cuidados com os cascos: Limpeza Diária: Utiliza-se ferramenta apropriada, usando no mínimo duas vezes por dia, a fim de remover todo o material acumulado debaixo da sola. Manutenção Periódica: Em animais que não usam ferraduras, fazer casqueamento (aparar cascos) a cada 40 dias; nos animais ferrados, fazer casqueamento e substituição das ferraduras no mesmo período. Camas ou forragens para cocheiras: Camas de serragem facilitam o manejo pois, ao contrário de cama de capim, não fermentam e absorvem melhor as fezes, evitando problemas no casco. Tipo de piso de Trabalho: Animais que trabalham em terrenos com muita pedra, há necessidade de ferrá-los a fim de proteger os cascos, promovendo maior conforto durante a atividade; em terrenos arenosos, uma simples manutenção periódica é suficiente; evitar terrenos com muita umidade, pois predispõem à fragilidade dos cascos. Para evitar ressecamento dos cascos, após a limpeza passar produtos específicos para cascos (graxa), orientados pelo veterinário, evitando ressecamento e rachaduras, uma vez por semana. » Sempre vacine os cavalos contra Tétano, já que a facilidade do animal contrair esta doença é bastante grande (Ambiente Contaminado x Simples Feridas). Além disso, esta vacina, que deve ser dada anualmente, tem custo baixo, sendo muito mais barata que um possível tratamento desta doença e nem sempre o animal com tétano pode ser curado. » Dê a ração para a categoria que seu animal se inclui, ou seja, existem diferenças nas rações dadas aos potros em crescimento, aos animais adultos e às éguas em gestação/lactação. Informe-se! » Mantenha sempre a embocadura que seu animal estiver acostumado a utilizar, pois a troca deste equipamento pode prejudicar o trabalho a ser realizado além de poder machucar a boca dele. A freqüente utilização da mesma embocadura (freio e/ou bridão) permite a formação de "calos" de acomodação. » Seu animal está doente? Não demore a chamar um médico veterinário de sua confiança, pois o tempo de acometimento por um problema qualquer pode influenciar os resultados frente aos tratamentos prescritos. » Não mantenha os potros jovens durante todo o tempo em baias, já que o sol e a liberdade de movimento são imprescindíveis para o bom desenvolvimento de um cavalo sadio e forte. » Seu cavalo quebrou a pata e deve ser sacrificado! ERRADO! Com a evolução da medicina veterinária moderna existem muitas possibilidades de tratamento das diferentes formas de lesão do aparelho locomotor dos cavalos com bons resultados. » Quando necessitar transportar seu animal para diferentes locais, acostume-se a fazer o exame de Anemia Infecciosa Eqüina. Só assim você estará protegendo seu animal e colaborando ao controle desta doença que traz muitos prejuízos ao mundo eqüestre. Este exame é de obrigatoriedade ministerial e tem a validade de 2 meses. » Quando você estiver domando um potro ou adestrando um cavalo permita que ele aprenda através do reflexo condicionado positivo, ou seja, gratifique após a realização de um fato correto ao invés de punir os erros. Só assim você poderá ter um animal dócil e tranqüilo. » Ensine as crianças a montarem de capacete, mesmo que seja uma montaria de passeio, pois acidentes acontecem e as conseqüências podem ser bastante graves quando do traumatismo de cabeça. » Não forneça ração ao seu cavalo imediatamente antes ou após o exercício, práticas como estas podem predispor ao aparecimento de cólicas gastrointestinais. Portanto, dê ração em intervalos de pelo menos 1 hora antes ou após o trabalho.
Cristiano proprietário da Maluhia
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A Saúde Mental do Cavalo
Obrigados a permanente estabulação nos clubes hípicos, quartéis de cavalaria, centros de treinamento, jockeys clubes e haras mal projetados, o aborrecimento provocado pela ociosidade é péssimo companheiro e acaba provocando danos ao comportamento psíquico do animal. No momento atual a produção e utilização dos cavalos sofrem um processo de ajustes à nova realidade econômica, e os novos "homens de cavalo" preferem construir centros de treinamento e comercialização, ou adequar antigos haras à nova realidade, diminuindo seus plantéis através de criteriosa seleção, introduzindo programas nutricionais condizentes e diversificando as áreas de produção.
Essas mudanças aproximam muito mais o homem do cavalo e, se não forem obedecidas técnicas adequadas, o aumento do artificialismo pode provocar graves prejuízos à saúde mental do cavalo. As mudanças psicológicas que podem acometer os cavalos confinados ocorrem principalmente com o aparecimento dos vícios. Por isso, a avaliação da saúde mental deve ser feita diariamente pelo responsável mais direto, observando a freqüência e a intensidade com que os vícios ocorrem. Os principais vícios que podem ocorrer com os estabulados e que são sintomas de distúrbios comportamentais são a aerofagia (engolir ar), coprofagia (comer fezes), morder as paredes divisórias ou cochos, irritabilidade excessiva, birra de urso (movimento pendular do pescoço e da cabeça), má vontade de trabalhar e, eventualmente, maior agressividade. Alimentação Entre todos os fatores que predispõem os estabulados a apresentarem os vícios, depois da ociosidade, a alimentação tem talvez a maior importância. Indevidamente alimentados com certeza terão distúrbios comportamentais. Quando estabulados, os animais podem estar em diferentes níveis de treinamento e, portanto, de exigências nutricionais diversas. Os poucos trabalhados (2 ou 3 vezes por semana) devem receber mais alimentos volumosos, de preferência os fenos, do que alimentos concentrados (rações comerciais industrializadas). Calcula-se que nessas condições os cavalos deverão receber cerca de 1,5 % do seu peso em feno e no máximo 0,8 % de rações por dia, ou seja: um cavalo de 500 kgs deveria receber de 7,5 a 8 kgs de fenos e, no máximo, 4 kgs de ração por dia. É preferível mantê-los com mais cobertura de costelas do que muito enxutos, pois esta condição física induz ao temperamento nervoso. O inverso ocorre quando o cavalo trabalha diariamente, preparando-se para maiores performances, quando deverão receber cotas maiores de concentrados e menores de volumosos e precisam estar mais enxutos do que obesos. Muita comida para os que trabalham pouco, ou pouca para os que trabalham muito, são condições que predispõem ao desconforto, à obesidade e à ocorrência de distúrbios intestinais. Outra característica importante em relação à alimentação diz respeito aos níveis de nutrientes que os estabulados devem receber. Os em intenso ritmo de treinamento gastam mais energia e eletrólitos do que seus vizinhos que se exercitam menos. O gasto energético durante os exercícios varia enormemente. Um cavalo trabalhando em galope curto gasta 10,00 Kcal/Kg de peso hora, enquanto que em galope alongado este índice aumenta para 40,10 Kcal/Kg. As exigências protéicas variam muito pouco e, por essa razão, as rações comercias para a performance não precisam ter mais do que 12 ou 13% de proteína. Outra sensível diferença é a perda de eletrólitos pelo suor. A variação pode ser muito expressiva, de acordo com a intensidade do trabalho realizado por cada animal. Se não forem suplementados satisfatoriamente em suas necessidades de reposição de elementos como cálcio, fósforo, sódio, potássio, cloro, manganês, ferro, zinco e cobre, a falta destes elementos induz a um grande desconforto e, conseqüentemente, ao aparecimento de vícios, principalmente a coprofagia e a geofagia (comer terra). Quando em liberdade, o cavalo gasta de 13 a 15 horas por dia se alimentando, sempre em pequenas porções. Quando estabulado, o tempo que emprega comendo é, no máximo, de 6 horas. Essa diferença demonstra a influência da estabulação sobre o tempo livre que o cavalo deverá preencher com alguma outra atividade. Calcula-se que para o cavalo consumir 1 Kg de feno gasta 30 minutos. Quando o feno for umedecido, gasta 20 minutos. Para comer 1 Kg de aveia ou milho quebrado, gasta apenas 5 minutos. Com essas informações é preciso criar um programa nutricional de forma a se aproximar ao máximo da condição de vida livre com plena liberdade. Hoje estuda-se a introdução de comedouros automáticos com "timer" ajustado para fornecer de 6 a 12 refeições por dia; fenos enriquecidos para atender os estabulados que trabalham pouco, dispensando assim os concentrados; o oferecimento "`a vontade" de volumosos de baixo valor nutritivo a fim de atender à condição intestinal e mastigação mais freqüente, sempre com o objetivo de preencher as horas livres e diminuir a angústia e o aparecimento de vícios. Atividades Os novos programas de distração física para preencher o tempo livre e não torná-lo ocioso têm enfatizado que, além das atividades já conhecidas como o trabalho montado, o trabalho na guia, redondel livre, redondel de salto, trabalho puxado, piquetes de recreação e relaxamento, deve-se incrementar o contato mais intenso e demorado do tratador com o animal, repetindo a higiene diária das baias e a escovação dos pelos (massoterapia) 2 a 3 vezes por dia. Homem O comportamento de todos os homens envolvidos com o dia-a-dia dos animais estabulados tem grande influência sobre o comportamento psicológico e seu conseqüente bem estar. Assume maior importância aquele que passa mais horas em contato com o animal, porque além de fornecer os alimentos, realiza a higiene diária e, dependendo de sua devoção ao trabalho, sua companhia torna mais suportável a solidão que acomete tantos cavalos confinados. A agressividade e o medo dos animais é diretamente proporcional à falta de carinho, rispidez, grosseria, voz alta e movimentos bruscos e violentos que o tratador, por ignorância, falta de preparo ou mesmo incompetência, demonstra. A preparação dessa importante mão-de-obra precisa ser contínua, profissional e todos os envolvidos devem ter consciência da relevância e importância de seu trabalho para o bem estar e desenvolvimento dos animais. Na escolha desses profissionais é preciso que transpareça, a todo momento, que ele goste realmente de cavalos. Essa é a única característica que não se aprende na escola. Em termos gerais, a angústia mental do cavalo estabulado decorre dos seguintes fatores: Falta de espaço, excesso de calor e pouca ventilação, cama suja e úmida, mudança na alimentação, incompatibilidade com vizinhos, ataque de insetos, desconforto da dor, vizinhos que apresentam vícios, stress de treinamento e falta de carinho do homem. Qualquer destes fatores e, logicamente, a combinação de quaisquer deles deve, radicalmente, ser evitada para que os cavalos possam se sentir bem e, conseqüentemente, retribuir abundantemente cada cuidado recebido daqueles que deles zelam carinhosamente. |
IMPRINTING |
O que é IMPRINTING?
O treinamento comportamental de potros recém-nascidos, conhecido como Imprinting (traduzido literalmente como impressão), foi largamente veiculado e popularizado no mundo Hípico a partir de 1991 pelo medico veterinário norte-americano Robert Miller.
Em etologia (estudo comportamental das espécies), Imprinting é o processo no qual um animal jovem aprende a reconhecer indivíduos específicos (no caso mãe) e outros seres de sua espécie. Esse processo, em geral, é uma resposta automática a estímulos específicos implantados durante o prazo de tempo em que o animal é sensível a esses estímulos. Esse prazo, denominado de sensitivo, é de horas ou dias, e especificamente ativo logo nas primeiras horas após o nascimento. A capacidade de o filhote reconhecer a mãe, identificá-la e segui-la, é importante para a sobrevivência do individuo, especialmente nas espécies em que o filhote se movimenta e seguem o grupo logo após o nascimento, tal como é o caso dos eqüinos.
O exemplo mais conhecido é o dos patinhos e gansos, cujo estimulo do Imprinting ao sair do ovo é seguir a primeira coisa que ele enxergar em movimento. Assim, é comum vermos esses animais seguindo crianças e cães e não suas mães porque aqueles foram a primeira visão que as pequenas aves tiveram de algum movimento (estimulo) ao eclodirem do ovo (período sensitivo).
Robert Miller publicou livros e vídeos com base na idéia de que o lapso de tempo de até duas horas após o nascimento seria o período sensitivo do potrinho, uma vez que é nesse tempo que ele aprende a reconhecer e seguir sua mãe.
O pesquisador preconiza que se houver interação com o potrinho nesta “janela” de tempo, ( por vezes antes mesmo de o potro levantar e mamar), o homem poderia moldar permanentemente o comportamento e a personalidade do recém-nato para que o animal fique mais manejável, calmo, confiante e por conseqüência tornar-se um cavalo mais fácil de treinar no futuro.
Isso acontece por vários fatores. Inicialmente porque o potro faria a ligação com o homem ao mesmo tempo em que faria com sua mãe, e nesse caso não o veria como um predador. O potro reconheceria o homem como dominante e se submeteria sem medo e poderia ser dessensibilizado permanentemente a estímulos comuns que ele encontrará ao longo da sua vida ( como o barulho de tosquiadeiras, ao tocarmos as suas orelhas, olhos e patas, introdução dos dedos em suas narinas, etc.).
Nos Estados Unidos, muitos anúncios de potros à venda citam que este ou aquele tiveram trabalho de Imprinting ao nascer, dando uma possível “garantia” de um animal mais calmo e manejável.
Por outro lado, o método do Dr. Miller foi combatido por alguns veterinários e hipologistas que sugeriam que o treinamento de Imprinting poderia estressar desnecessariamente o potrinho recém-nascido por atrasar o tempo que ele levaria ingerir o colostro.
Argumentavam também que se o método fosse feito incorretamente poderia produzir um potro menos manejável ao crescer, porque interferiria na ligação do potro com a mãe criando animal “mimado” pelo homem. Este não respeitaria o espaço do ser humano ( o que poderia vir a ser muito perigoso conforme o potro cresce), e se tornaria um potro completamente insensível aos estilos e sem respostas instintivas, tornando-o mais difícil de treinar e por vez criando cavalos agressivos e não submissos, como muitas vezes acontece no caso de potros órfãos amamentados na mamadeira.
Com base nestas opiniões opostas, dois trabalhos científicos em Imprinting acabaram de ser publicados pela Universidade do Texas, que esclarecem muitas duvidas.
Os dois trabalhos concluíram que o treinamento de Imprintig verdadeiro, onde o que é aprendido é fixado por um longo tempo, não acontece nos eqüinos.
Os pesquisadores conduziram dois estudos onde dividiam os potros em grupos que não recebiam treinamento em Imprinting (grupo controle), e grupos que receberam Imprinting logo após o nascimento, e outro que receberam treinamento em vários intervalos de tempo diferentes.
A pesquisa seguiu a técnica de Imprinting do Dr. Miller, soldando após o treinamento, os potros no pasto com suas mães com mínimo contato com seres humanos. Estes animais eram recolhidos e testados para taxa cardíaca, comportamento e respostas aos estímulos dados.
O primeiro estudo focalizou a eficácia do treinamento de Imprinting. Foi observado o quanto de informações referentes ao treinamento foi retida pelos potros e por quanto tempo. Dos 47 animais de estudo, 25 sofreram Imprinting e 22 não. Com um e dois meses d vida, os potros que tiveram o treinamento apresentaram melhor resposta aos estímulos e menor taxa cardíaca do que os do grupo controle. Já os três meses os potros não apresentaram diferenças significantes entre eles. Concluiu-se que as sessões de treinamento precoce foram se apagando com o tempo, o que não deveria ocorrer se o Imprinting verdadeiro tivesse ocorrido.
O segundo estudo focou na busca do período de tempo ideal para se processar o treinamento. Foram usados 131 potros divididos em sete grupos. O primeiro não teve treinamento (controle); o segundo foi treinado logo após o nascimento; o terceiro foi treinado ao nascer e reforçado às 12, 24 e 48 horas de vida.
Os outros 4 grupos tiveram um único treinamento respectivamente com 12,24,48 e 72 horas após o nascimento.
Depois disso os potros foram soltos no pasto com suas mães por seis meses, quando estão foram testados para resposta aos estímulos do treinamento, taxa cardíacas e comportamento. Os resultados foram muitos similares ao do primeiro estudo e não apresentaram diferenças significativas ente nenhum dos grupos.
Os pesquisadores concluíram que o que realmente funciona com eqüinos não é o treinamento de Imprinting, e sim o treinamento regular que nesse caso deve ser confirmado constantemente ou será esquecido.
Como ponto positivo do método, eles afirmaram que o treinamento dos potros iniciados o mais cedo possível tem melhor resultados, uma vez que eles logo aprendem q não temer o ser humano e a colaborar com o manejo, desde que os estímulos sejam repetidos com relativa freqüência.
Finalmente, provou-se que não há necessidade da presença do proprietário ou do veterinário na madrugada, na hora do nascimento especificamente para treinar o potro. O treinamento do potro pode ser iniciado a qualquer momento, de 24 horas a três dias ou mais de vida sem diferenças significantes na qualidade da resposta. Entretanto, se o trabalho não for concluído com sessões subseqüentes todo o treinamento será perdido.
Podemos constatar que na maioria das vezes a ciência acaba por provar que as pessoas que trabalham com cavalos já perceberam a muito tempo atrás. No ramo do cavalo, a capacidade de observação aliada ao bom senso ainda trazem melhores resultados.
Dra. Adriana Busato, proprietária do Haras FB
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Úlcera Gástrica nos Eqüinos |
Úlcera Gástrica nos Eqüinos (causas e tratamento)
As úlceras e gastrites dos cavalos são causadas por muitos fatores, entre eles o uso indiscriminado de medicamentos. O tratamento inclui manejo nutricional e medicação especifica.
Introdução: a incidência de úlceras e gastrites em cavalos de esporte é elevada, chegando entre 70 a 90% dos animais, dependendo das condições de manejo. Um dos fatores desencadeantes ou agravantes é o uso de alguns antiinflamatórios não esteroídais (AINES), dos quais a fenilbutazona é o exemplo mais conhecido. Para diminuir este problema, um recuso possível é o uso do omeprazol em paralelo com tratamento com AINES, visando reduzir a irritação da mucosa gástrica que leva o surgimento da gastrite, que pode evoluir para úlcera. É importante entender que este processo se dá pela ação inibitória que os AINES têm sobre as prostaglandinas (substancias relacionadas ao mecanismo inflamatório), que diminui, entre outros, a produção de muco protetor da mucosa gástrica. A via de administração dos AINES não influencia em nada; tanto os produtos orais quanto os injetáveis têm esta ação sobre a mucosa gástrica.
Etiologia
A administração excessiva de AINES pode causar ulcerações no estômago, mais freqüentemente na porção aglandular próximo à prega Margus Plicatus. Essas lesões costumam ser profundas e se apresentam em coloração amarelada. Esta aparência está relacionada com a interrupção do fluxo sanguíneo para as mucosas, através da inibição da síntese de prostaglandina na mucosa gástrica.
A úlcera gástrica, tanto em potros quanto em cavalos adultos, é resultado de um desequilíbrio entre os fatores agressores (ácido hidroclorídrico, pepsina e ácido biliar) e os protetores das mucosas ( muco, bicarbonato, prostaglandina E2, fluxo sanguíneo, processo regenerativo da mucosa e fator de crescimento epidermal), decorrente de algum processo patológico. O estresse (animal estabulado, viagens, treinamento equivocado) e a doença ( jejum prolongado, pós-operatório, uso de AINE) são fatores importantes no desenvolvimento de úlceras e a percepção dos sinais clínicos pode levar a um diagnostico antecipado.
Prevalência e Localização
A prevalência estimada de lesões gástricas varia de 25% a 50% de potros e de 60% a 90% em eqüinos adultos dependendo da idade, do exercício desenvolvido e da população avaliada.
Uma alta prevalência (acima de 90%) tem sido observada principalmente em animais submetidos a treinamento para corridas e provas de alto desempenho ( Freio de Ouro, Apartação, Rédeas, Baliza e Tambor), afetando principalmente o desempenho atlético desses eqüinos.
As úlceras são mais comumente encontradas na mucosa escamosa ou anglandular adjacente ao marco plicatus, ao longo da curvatura maior e menor do estomago. Em caso mais severos de ulceração pode estender-se à mucosa glandular do fundo.
Sinais Clínicos
Animais afetados normalmente apresentam sintomatologia não especifica. Os sinais mais comuns incluem desconforto abdominal, perda de apetite(anorexia) e depressão. Já em potros, a diarréia é o sinal clinico mais freqüente em caso de úlcera gástrica. Outros sinais incluem cólicas, ranger dos dentes, salivação aumentada e febres.
Gastroscopia
Para diagnostico, o exame visual do estômago através de endoscópio (gastrocopio) é indicado quando o animal apresenta cólicas e perda de peso crônica.
Este exame deve ser realizado em ambiente calmo. Se necessário, o animal pode ser tranqüilizado com xilazina na dose de 0,5mg/kg ou detomidina 0,02-0,04/kg IV. O ideal é que o animal submetido a esse exame esteja em jejum de 12 horas de alimentos sólidos e 4 horas de liquidos.
Depois de introduzir o gastrocópio em uma das narinas, o aparelho deve passar pelo esôfago e o clinico deve observá-lo cuidadosamente em busca de anormalidades. Para melhor observação do estomago, este deve ser distendido por ar através do gastrocópio, para que as regiões glandulares e anglandular sejam bem visualizadas. O esvaziamento gástrico também pode ser feito através sonda nasogástrica e pelo uso de metoclopramida na dose de 0,125mg/kg (Plasil) ou cloreto de betanecol ( Liberin), dose de 0,025mg/kg pela via intravenosa.
Infelizmente, ainda existem poucos gatrocópios adequados para eqüinos no Brasil, o que restringe o uso pratico deste exame.
Tratamento
Usa-se medicamento que bloqueiem o efeito inibidor da secreção mucosa que é apresentado pelos AINES. O ideal sejam drogas que tenham um efeito anti-secretor prolongado, permitindo uma única administração diária.
O omeprazol se mostrou mais eficaz que outras drogas, tais como a cimetidina e a ranitidina, na cura de úlceras da porção anglandular em eqüinos submetidos a exercícios extenuantes. Depois do tratamento inicial de 28 dias com uma dose de 4mg/kg por via oral, uma dose menor diária (meia dose) se mostrou eficaz na prevenção e recorrência da doença.
Conclusão
O uso de fenilbutazona na clinica médica de eqüinos ainda hoje é imprescindível devido a sua potente ação antiinflamatória, sendo por isto aconselhável o uso conjunto do omeprazol na dose de 2mg/kg na prevenção de lesões gástricas. Esta dosagem de omeprazol também pode ser feita em casos de transporte, manejo de potros, intensa atividade atlética e administração de outros antiinflamatórios não esteroidas.
FONTE: CÁSSIA FRÉ DA COSTA (Medica Veterinária com pós-graduação em diagnostico e cirurgia de eqüinos)
Natalia Telles Schimidit (Médica Veterinária com pós-graduação em diagnostico e cirurgia de eqüinos)
HORSE´S LIFE, outubro de 2010. Edição nº7
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DIRETRIZES PARA AS ENCILHAS DOS EQÜINOS NAS ATIVIDADES CAMPEIRAS
O Movimento Tradicionalista Gaúcho, reunido na 67ª Convenção Tradicionalista Gaúcha, realizada em 29 e 30 de julho de 2005, na cidade de Tramandaí, aprovou as presentes DIRETRIZES para as encilhas dos equinos nas atividades campeiras, com alterações introduzidas pela 69ª Convenção Tradicionalista Extraordinária, realizada no dia 20 de maio de 2006, na cidade de Bento Gonçalves.
As encilhas dos animais serão compostas das peças conforme citações e descrições que seguem:
-XERGÃO ou BAIXEIRO: de lã natural.
-CARONA: de sola, de couro cru ou lona em ambos os lados. A carona pode ser forrada em couro ou feltro.
-ARREIOS: bastos, lombilhos, serigotes-cela ou serigote, com as basteiras de couro ou feltro.
-TRAVESSÃO e LÁTICOS: de couro cru ou sola.
-BARRIGUEIRA do TRAVASSÃO – de algodão, seda (sem tingi mento), crina ou couro torcido, com as tramas em algodão ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
-PELEGO ou “COCHONILHO”: branco, preto marrom, sempre natural, ou seja, sem tingi mento.
-BADANA: de uso opcional. Quando usada sempre em couro.
-SOBRE-CINCHA e LÁTEGOS: de couro cru ou sola.
-BARRIGUEIRA da SOBRE-CINCHA: de algodão, seda (sem tingi mento), crina ou couro torcido, com as tramas em seda ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
-LAÇO: de couro cru, não podendo ser emborrachado ou ainda revestido com fitas plásticas, podendo ser pintado, nas cores preta ou marrom, desde que se visualize a trança.
-MANGO; de couro cru. Com adornos em prata, metal ou chifre, com cabo de madeira, revestido de couro ou não, trançado (rabo de tatu), com ou sem argola e com tala de, no mínimo 5cm de largura por 30cm de comprimento, deverá ser usado sempre no pulso.
-LOROS: de couro cru ou sola, não podendo ter nenhum tipo de reforço que não seja destes dois materiais.
-ESTRIBOS: de ferro, inoxidável, latão, bronze, prata, alpaca, osso ou chifre, podendo ser retovados de couro.
JOGO DE CORDAS
-CORDAS DE CABEÇA: deverão ser de couro.
-RÉDEAS: deverão ser de couro, lã, crina ou algodão, sem nenhum tipo de reforço interno que não seja destes materiais, nas cores, branca, preta ou marrom (cores naturais da lã), as de algodão, deverão ser na cor natural (sem tingi mento).
-Obs. É vetado o uso de rédeas de couro de cabrito (Paraíba) que tem fio de nylon interno.
-O BUÇAL c/CABRESTO, PEITEIRA e RABICHO: são de uso opcional, porém quando usados deverão respeitar as características das cordas mencionadas acima.
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Movimento a La Rienda
O “Movimento a La Rienda” não é só uma prova, mas uma maneira de avaliar um sistema de adestramento e condução do cavalo intimamente ligados às nossas origens e aprovada eficiência. Características avaliadas:
• Morfológicas
o Equilíbrio o Flexibilidade o Velocidade o Cap. Atlética o Boca • Emocionais o Docilidade (Temperamento Caráter) o Coragem o Rusticidade • Intelectuais o Memória o Compreensão
Como é avaliado:
Em 8 movimentos:
• Execução e precisão • Reunião
• Contato • Velocidade • Naturalidade e Fluidez • Cadência • Docilidade • Retidão (alinhamento reto) • Reações
1 – Andadura (0-10 pontos) - PASSO, TROTE E GALOPE.
• Firmeza • Tipicidade • Avanço • Frequência Os jurados se colocarão no centro da pista na qual terá dois pontos remarcados para as trocas de andaduras.
O participante detido no ponto estabelecido começará sua prova no sentido horário dando meia volta ao tranco, meia volta ao trote e uma volta completa ao galope em cada mão. Para a troca de mão o cavalo deverá colocar seus posteriores, girar sobre os mesmos e arranca na outra mão dando uma volta completa, parando em frente aos jurados.
A volta deverá ser suficientemente grande para que o jurado possa apreciar com comodidade as trocas de andaduras.
Serão avaliadas as transições de parado para o tranco, tranco para o trote e do trote para o galope nos pontos pré-estabelecidos.
Se exigirá nos três pontos contato e posicionamento correto.
2 - Esbarrada (0-10 pontos)
Esbarrada: • Que pare flexionando o lombo e as três articulações dos posteriores. • Colocação Cabeça-Pescoço • Boca
Corrida:• Firmeza
• Retidão (alinhamento reto) • Conservar a mão • Velocidade • Longitude
Volta:
• Sobre as patas • Elevando as paletas • Fluidez O animal deve ser lançado com velocidade em uma linha reta de aproximadamente 40 metros e esbarrar.
O cavalo deve entrar francamente suas patas e esbarrar. Depois de tranquilizado deve voltar sobre uma de suas patas e iniciar o trajeto inverso pelo mesmo rastro, terminando em outro esbarro.
Depois voltar sobre a outra pata percorrer meia pista e esbarrar em frente ao jurado.
As voltas devem ser sempre de frente para os jurados.
3 – Troya (0-10 pontos)
• Mão e pata correta • Transição de parado a galope • Rastro • Volta • Cadência • Encurvação e equilíbrio • Velocidade Se exige galopar em círculos que não excedam mais de 8 a 10 metros de diâmetro. Se começa galopando no sentido horário e depois de duas volta no mínimo nesta mão, o cavalo esbarra e retoma trocando de mão e patas para entrar no círculo anterior no sentido contrário completando no mínimo outras duas voltas e terminar o movimento esbarrando e ¼ de volta em frente ao jurado.
4 – Oito (0-10 pontos)
• Troca de pata e mão simultaneamente e com fluidez • Manter o eixo • Tamanho uniforme dos círculos • Transição de parado a galope • Cadência • Encurvação e equilíbrio • Velocidade Trata-se de fazer ao galope a figura de um oito imaginário não ultrapassando o tamanho de 10 a 12 metros. Inicia-se no centro da figura oito e as trocas de mãos e patas se efetuam nesse lugar e sem perder a continuidade do movimento.
Deverá ser feito dois oitos completos no mínimo. O movimento se iniciará em frente ao jurado.
5 – Velocidade (0-10 pontos)
Volapie: • Esbarrada
• Continuidade na meia volta • Atitude dos posteriores na meia volta Corrida: • Firmeza • Retidão (alinhamento reto) • Conservar a mão • Velocidade • Longitude O cavalo arranca em linha reta com velocidade, aproximadamente 40 metros, e esbarra, sem parar gira 180 graus sobre uma das patas com rapidez e velocidade até sair em direção contrária, repetindo o movimentos de esbarro e giro. Ainda em linha reta, e em velocidade, esbarra no centro e com ¼ de volta fica de frente aos jurados.
6 – Volta sobre as patas (0-10 pontos)
• Uso das patas como pivô • Liberação das paletas • Fluidez • Encurvação • Colocação de Cabeça-Pescoço • Velocidade O animal convenientemente reunido deverá girar usando como pivô a pata interna. O peso deverá recair sobre os posteriores, liberando as paletas de forma franca.
Se exigirá duas voltas de giro para cada lado no mínimo.
7 – Desmontar e montar (0-4 pontos)
• Quietude • Que o cavalo não demonstre intenção de fugir • Quando montar que o cavalo não bandeie o lombo O Ginete desmontará com naturalidade e sem exagero de frente aos jurados deixando pelo menos uma das rédeas no chão, se distanciará do cavalo dando uma volta ao redor em sentido anti-horário para voltar a montar com suavidade.
Tudo deve ser feito com naturalidade e sem demorar muito tempo. O cavalo deverá partir na ordem do Ginete.
8 – Recuo (0-6 pontos)
• Retidão (alinhamento reto) • Diagonalidade • Posição Cabeça-Pescoço • Fluidez Parado em frente aos jurados se exige do participante que recue uns 5 metros em linha reta.
Movimento a La Rienda “Mãe de Provas” – Por Luis Bustos
Analisando esses parâmetros podemos falar que um cavalo é: Manso: quando está absolutamente confiado no homem e o respeita. Tranquilo: quando perante um requerimento do Ginete responde sem reagir temperamentalmente e executa seus movimentos sem acusar estresse ou rigidez. Flexível: quando tem conseguido ter a elasticidade em todas as suas partes mediante a um treinamento racional, o que lhe confere um melhor equilíbrio e, portanto, um menor gasto energético no esforço. Obediente e disciplinado: porque foi submetido a um treinamento psicofísico racional e coerente, que o leva a estar sempre atento e disposto a toda indicação que lhe faz o Ginete. Este se contrapõe a autodeterminação que outros estilos propõem. |