terça-feira, 10 de dezembro de 2013

VENDO DEPENDÊNCIA E HOTELARIA DE CAVALOS



VENDO DEPENDÊNCIA E HOTELARIA DE CAVALOS

  

FÁCIL ACESO 15 COXEIRAS 3 AÇUDES 2 POSSO ARTESIANO CAXA D ÁGUA DE 1000 LT CAMPO, MAIS CAMPO ARRENDADO CÓRREGO PRONTO












quarta-feira, 13 de novembro de 2013

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Bruceloses Dicas Maluhia

Bruceloses

Dicas Maluhia  


São assim chamadas as doenças infecto-contagiosas causadas pelas bactérias pertencentes ao gênero Brucela, do qual existem várias espécies, todas perfeitamente caracterizadas e distintas. Não são, portanto, uma única doença, mas várias, já que causadas por agentes etiológicos distintos, todas com sintomatologia também característica.

Febre de Malta ou do Mediterrâneo

É essa doença assim chamada por acometer preferentemente o homem, e causada pela espécie Brucella melitensis. Foi pela primeira vez isolada pelo pesquisador Bruce, no ano de 1887, de doentes procedentes da Ilha de Malta onde era endêmica; daí esse outro nome da doença. Ocorria, entretanto, em todos os países banhados pelo Mar Mediterrâneo como Itália, Grécia, Espanha, França e Turquia, motivo de ser conhecida na Europa como Febre do Mediterrâneo.

Caracteriza-se essa moléstia por acometer o homem, causando-lhe de início dor de cabeça, mal estar, falta de apetite e febre, esta última do tipo contínuo porém com períodos de intermitência, indo e vindo em ondas, o que lhe emprestou também o nome de Febre Ondulante.

Além disso, produz inflamação do baço e fígado, não sendo raras as complicações secundárias como artrites, neurites e orquites. Seus doentes quase sempre as contraem através da ingestão de leite de cabras não pasteurizados, ou subprodutos lácteos, principalmente queijos ou manteigas onde a matéria prima não foi previamente pasteurizada e onde o germe se mantém latente por mais tempo mesmo à temperatura ambiente.

Os trabalhadores em matadouros também facilmente se contaminam pelo contato com vísceras oriundas de animais doentes desse mal, motivo de ser considerada doença profissional. Os médico veterinários também estão mais expostos ao contágio, principalmente quando praticando partos em animais doentes sem a devida precaução. Fetos abortados de animais enfermos do mal, assim como corrimentos uterinos desses animais são o veículo de disseminação da doença.

Nos Estados Unidos foi isolada de pessoas acometidas por Brucelose também a espécie Brucella suis, originária de suínos, daí seu nome, fato esse ainda não explicado de forma convincente, já que esse agente não ocorre em outras regiões do globo com a mesma sintomatologia. Para o homem acometido pelo mal não existe ainda medicação específica eficiente, sendo ainda utilizadas bacterinas (produtos biológicos) que, em alguns casos, apresentam bons resultados.

O produto denominado Brucelina - preparado pela técnica de Huddleson, que nada mais é que o cultivo do germe em meio de cultura especial enriquecido com fígado, e em seguida filtrado em velas especiais de porcelana - quando utilizado nos estágios iniciais da moléstia surte bom efeito terapêutico.


Doença de Bang

É assim chamada a Brucelose que acomete os animais da espécie bovina, e causada pela espécie Brucella abortus, podendo, no entanto, essa doença também ser causada em bovinos por outras espécies de Brucelas, como a Brucella suis. Era essa doença conhecida desde o século passado, porém somente em 1897 o pesquisador Bruce, que lhe deu seu próprio nome, conseguiu isolar a bactéria. Foram, em seguida, assinalados casos similares da doença também em suínos e caprinos, sendo que os causados nesta última espécie podem ser tanto pela Brucella abortus quanto pela Brucella suis. É também o cavalo (Equus caballus), assim como seus congêneres muares, suscetível de uma infeção localizada causada por este mesmo agente etiológico, que nestes manifesta-se de forma particular - tal seja: inflamação da região da cernelha com formação de um flegmão com trajeto fistuloso, o que lhe deu o nome de Mal da Cernelha ou da Cruz (Região escapular também chamada da paleta), de cujo material inflamatório pode ser facilmente isolada a bactéria causadora, desde que cultivada em laboratório em meios apropriados.

Os animais das espécies bovina, caprina e suína enfermam-se pela contaminação das pastagens onde são apascentados por contaminação nessas pastagens por secreções originárias de fêmeas que abortaram em conseqüência do mal, pelo fato de tanto os fetos abortados quanto suas placentas serem, por assim dizer, ricas em Brucelas, já que existe uma ainda inexplicada preferência do germe pelo tecido embrionário, além do tecido glandular das mamas dessas fêmeas, o que vem lhes causar, além de uma metrite, também uma mamite específica, esta última explicando a contaminação do leite dessas fêmeas.

Pelo fato dessa Brucelose causar aborto, o primeiro sinal de alerta é uma diminuição do índice de natalidade do rebanho infectado pela doença, quando não detectados diretamente esses abortos, como acontece nas criações extensivas ainda prevalecentes nas regiões interioranas, principalmente do Oeste Brasileiro recém desbravado e recentemente sendo iniciada sua exploração pastoril.

Como já mencionado, instala-se a Brucela quase sempre no útero das fêmeas ou testículos dos machos. Naquelas, além da metrite decorrente dessa instalação, advém conseqüente morte e aborto do feto em gestação e, posteriormente, mamite concomitante e também incapacidade de novamente virem a procriar, incapacitando-a para reprodução.

É interessante ser assinalado que quase sempre as fêmeas bovinas conseguem ter um primeiro parto, porém os seguintes praticamente tornam-se impossíveis devido à metrite que se instala nessas matrizes. Nos touros, além da inflamação testicular, ocorrem também inflamações das vesículas seminais anexas, o que igualmente acontece com os reprodutores suínos e caprinos, assim como aos cães domésticos. Em conseqüência, ficam tais animais incapacitados para a reprodução, além de poderem funcionar como disseminadores do mal para as fêmeas com quem venham a ter contato sexual.

Existem, portanto, como meios infectivos para os animais, além da via oral pela ingestão de pastos contaminados por secreções contendo o germe, também a via genital, pelo esperma infeccioso dos machos. Machos reprodutores reagentes soro-positivos contêm em seu esperma o germe, do qual foi já isolada a bactéria em várias partes do mundo.

Entre os canídeos, como o próprio cão doméstico e alguns animais selvagens do mesmo gênero, essas duas vias de infecção devem ser consideradas, prevalecendo nestes inclusive orquites conseqüentes a própria doença.

Em fazendas de criação de bovinos, onde quase sempre coabitam também cães, sendo os fetos bovinos abortados em pastagens e esses fetos ingeridos diretamente pelos cães, acredita-se ser essa a via infectiva para esses nossos amigos.


Diagnóstico

O diagnóstico dessa doença em rebanhos bovinos, caprinos ou suínos é, portanto, inicialmente de suspeição pela diminuição da natalidade do próprio rebanho, e confirmado por um exame complementar de hemo-soro-aglutinação com antígeno preparado pelos Laboratórios Oficiais de Referência Animal.

Através de exame especial do leite, denominado Prova do Anel ou Ring Test, é possível também idêntico diagnóstico, específico para esse mal, já que os antígenos correspondentes são preparados com culturas do próprio germe causal.

Não existindo para estes animais tratamento eficiente, é indicado o afastamento dos soro-positivos do rebanho e da criação, devendo também serem tais animais identificados com marca especial a fogo, identificando aqueles comprovadamente doentes.

Podem esses animais doentes serem abatidos e suas carnes utilizadas para consumo humano, desde que afastadas as porções contaminadas pela bactéria na hora do abate, principalmente seus órgãos reprodutores e úberes, e desde que, também, tais animais sejam abatidos separadamente dos animais sadios.

Quanto ao cão doméstico, foram já assinalados nesta espécie casos de abortos comprovadamente causados por Brucelas, assim como orquites também comprovadante causadas pelos mesmos germes. Para cães também não existe tratamento, nem tampouco meio vacinal profilático, como existe para a espécie bovina. As medidas preventivas para estas espécies domésticas estão restritas à segregação dos cães soro-positivos e seu afastamento da reprodução e do convívio com outros animais suscetíveis de contraírem a doença. 
Cristiano Silva Proprietário da Maluhia 

Cólica Eqüina

Cólica Eqüina 

Maluhia 


As cólicas começam por uma dor abdominal de origem situada quase sempre no nível do tubo digestivo. O cavalo tem dor de barriga, "raspa" o solo com as mãos, dá coices, olha o flanco, se agita, se deita, rola, transpira, se mantém em posição de urinar e defecar, exterioriza o pênis (caso do macho), fica em posição de cão sentado e apresenta os olhos vermelhos. Apesar de, na maioria dos casos, serem simples e rapidamente solucionadas, as cólicas são causas freqüentes de mortalidade entre os eqüinos.
Para melhor entendermos as causas e origens das cólicas, temos que conhecer a anatomia do aparelho digestivo do cavalo.
O estômago do cavalo apresenta duas particularidades: ele é proporcionalmente muito pequeno em comparação ao cavalo adulto (o seu volume não passa os 15 - 16 litros) e sua entrada é formada de um esfíncter chamado cárdia que permanece sempre fechado impedindo o refluxo, ou seja, qualquer regurgitação (volta dos alimentos à boca para melhor mastigação) de gás ou líquido. Assim sendo, o cavalo não pode vomitar.

Se, por acaso, ele absorve uma quantidade grande demais de água ou comida, o estômago se distende e o cárdia se fecha, o que provoca uma grande dor. Poderá, então, ocorrer ruptura estomacal com conseqüente morte do animal. A presença de úlceras gástricas sobre a parede estomacal não é rara - sobretudo nos cavalos estressados - e isso pode produzir cólicas reincidentes.


Anatomia do Aparelho Digestivo

O intestino delgado é um cilindro bem comprido, bastante móvel (24 metros em media) suspenso na cavidade abdominal pelo mesentério, rico em vasos sanguíneos. As cólicas oriundas dessa parte do intestino são, na maior parte das vezes, muito graves. Podem ser o resultado de uma torção em volta do mesentério, de uma lesão de um vaso por parasitas, de um excesso na alimentação ou de uma infecção. No Garanhão, a passagem de uma asa do intestino delgado na região do testículo provoca uma hérnia inguinal.

O Cecum é um comprido tanque de 35 litros, pouco móvel, que recebe o intestino delgado. É aí que se leva a cabo a digestão da forragem. Está fixado na parede direita do flanco. Pode ser alvo de uma fermentação excessiva que leva a uma importante dilatação. Também pode se torcer e ser o lugar de uma importante sobrecarga alimentícia.

O colon sai do cecum formando o grande conduto cheio de relevos de um volume de mais de cem litros para um largo de 8 metros. Apresenta certas partes estreitas onde podem se acumular grandes quantidades de comida. Esse tipo de cólica, também chamada "compactação", é freqüente em cavalos que comem muita palha ou com falta de exercício. Por ser muito móvel, o colon pode mudar de lugar ou se torcer facilmente.

Certos corpos estranhos podem se encontrar no nível do colon e provocar cólicas. Desse modo, cavalos criados em campos de solo arenoso podem ingerir uma quantidade impressionante de areia que se acumula no colon, provocando uma obstrução. Antes, as cólicas eram uma fatalidade. Hoje em dia, os progressos da medicina veterinária nos permitem olhá-las de uma maneira mais otimista. Duas orientações são, então, recomendadas: o tratamento médico ou, se necessário, a operação cirúrgica.

Quais os tratamentos?

As cólicas benignas são as mais freqüentes. Trata-se, na maioria das vezes, de um sintoma doloroso causado pelo stress ou devido a uma sobrecarga alimentícia no nível do intestino grosso. O tratamento é clássico. Ele consiste em por o cavalo sob restrita dieta, fazê-lo caminhar para melhorar a movimentação do estômago e aplicar, quando necessário, anti-inflamatório para proporcionar alívio. É conveniente impedir que o cavalo role, evitando, assim, movimentação e torção das porções mais móveis.

O veterinário dará ao cavalo, quando preciso, pelo meio de uma sonda, azeite de parafina para ajudar na prevenção ou desobstrução de uma eventual compactação. Em certos casos mais raros como uma deslocação do colon indo se agarrar acima do fígado ou no caso de cólicas de origem infecciosa, se recomenda um tratamento médico mais meticuloso sob observação intensiva. Nestes casos, o cavalo tem, então, que se dirigir a unidade de cuidados intensivos de um centro especializado. Ali ele será aliviado e re-hidratado. Será posto sob perfusão e um tubo será passado desde o nariz até o estômago para permitir a regurgitação dos gazes, dos alimentos ou líquidos. Medicamentos contra a dor serão administrados.

No caso de uma doença infecciosa, o animal será posto sob fortes dosagens de antibióticos. Se o problema não puder ser resolvido com medicamentos, por exemplo, em caso de uma torção, de uma deslocação importante ou de uma hérnia inguinal, o cavalo deverá ser operado. Uma incisão é feita no meio da barriga e a porção de intestinos atingida é removida (às vezes vários metros de porção inviável são retirados).


Após a Intervenção Cirúrgica

O cavalo é, então, deixado na cocheira durante uns 90 dias para permitir a cicatrização correta da parte abdominal. Um passeio diário, conduzido à mão é permitido e aconselhável. A volta ao trabalho deverá acontecer mais ou menos uns 6 meses depois da cirurgia. O êxito nessa operação varia de acordo com a gravidez da lesão.

As complicações são freqüentes: pode acontecer um rompimento da ferida cirúrgica, uma infecção, um trânsito digestivo que não volta ao normal e aguamento.
Por esta razão é muito importante, conduzir o cavalo a uma clínica especializada ou hospital veterinário. A rapidez da decisão é um fator primordial a favor do sucesso. Muitos animais já foram operados e vários deles até voltaram ao mais alto nível da competição.


Tipo de Cólicas:

1 . CÓLICA GASOSA
É uma dilatação do estômago produzida pela ingestão de alimentos fermentáveis ou processos obstrutivos na região do piloro (passagem estômago-intestino delgado). É de grande incidência nos haras, devido ao excesso ou má armazenagem dos alimentos. Normalmente não é causada pelo produto em si, mas sim pelo modo como ele está sendo utilizado ou administrado.

Os eqüinos, como vimos, têm o estômago pequeno e o hábito de comer pouco por várias vezes ao dia. Quando fica muito tempo sem se alimentar, ao ser fornecida uma quantidade excessiva de ração, o animal ingere um volume que muitas vezes não está condizente com a sua atividade (pouco exercício), advindo a cólica. Muitas vezes, o volume de ração que se está fornecendo a um animal sob atividade intensa , sem causar problemas, pode ser demais para um indivíduo em menor atividade. Logo, o criador deve relacionar o volume de ração com a atividade do cavalo, que pode ser assim relacionada: Manutenção, trabalho leve, moderado e pesado, ou em condicionamento (visando ganhar peso e/ou massa muscular).

A cólica gasosa pode advir da ingestão de alimentos grosseiros (grãos de milho ou capim em estágio avançado de desenvolvimento). Ingeridos em grande quantidade em decorrência da fome, obstruem o piloro, fermentam o alimento e formam gases, dilatando o estômago. A água é de extrema importância aos eqüinos. Sua restrição somente deve ocorrer imediatamente após os exercícios. No mais, ela auxilia a digestão e o trânsito do bolo alimentar pelo trato digestivo, além de compor 70% do organismo animal.

2 . ESPASMO GÁSTRICO
É um tipo de cólica que ocorre devido à ingestão de água fria após exercícios. É uma vaso-constrição com diminuição da irrigação sanguínea do estômago (isquemia). Sempre aguarde 40 minutos para, só então, fornecer água aos animais que estiveram praticando exercícios.

3 . TORÇÃO DO INTESTINO DELGADO
É uma cólica causada pelas alterações dos movimentos intestinais, cujas causas são as mais variáveis possíveis (diarréias, movimentos intestinais bruscos, etc...). Os eqüinos possuem outra característica anatômica do trato entérico, que são fortes movimentos e poucos pontos de fixação do intestino no organismo, levando-os a propensão às torções (chamado vulgarmente "nó nas tripas"). Após ocorridas, elas prejudicam a irrigação dos tecidos e, quanto mais próximas do estômago, mais graves serão.

O diagnóstico desse tipo de cólica é difícil. O único tratamento é a cirurgia até 6 a 8 horas após o início da cólica. Depois deste período, o processo é irreversível, causando a morte do animal.

4 . TORÇÕES E DESLOCAMENTO DO INTESTINO GROSSO
Semelhante à descrita anteriormente (torção), só que ocorrerá no intestino grosso, causando a obstrução da passagem do conteúdo intestinal e suprimindo a irrigação sanguínea, com a conseqüente morte dos tecidos. Os deslocamentos do cólon em 360° são incontroláveis e os animais morrem em poucas horas.

5 . COMPACTAÇÃO
São acúmulos de alimentos que ocorrem em qualquer parte do trato intestinal, ocasionando bloqueio total ou parcial ao livre trânsito do conteúdo intestinal. Geralmente são ocasionados por alimentos de baixo valor nutricional, associados à baixa digestão de água, ou de água com areia.

6 . TIMPANISMO
É o acúmulo de gases devido à fermentação dos alimentos, ocasionando distensão intestinal.

- Timpanismo intestinal primário: Pode ser ocasionado por fermentação de alimentos ou excesso destes, ocorrendo ao nível do intestino.
- Timpanismo Cecal: É causado por fermentação dos alimentos (excesso ou alimento deteriorado) e alterações do peristaltismo (provindo de causas desconhecidas).


7 . ESPASMO INTESTINAL
É uma contração da musculatura da parede do intestino, produzindo isquemia (falta de sangue), cujas causas são alterações neuro-vegetativas (nervosas).

8 . CÓLICA TROMBOEMBÓLICA (Coágulo)
É ocasionada por larvas do verme Strongylus vulgares que bloqueiam total ou parcialmente os vasos sanguíneos, afetando a irrigação sanguínea com a conseqüente necrose (morte) dos tecidos.

9 . ENTEROLÍTIASE (pedras, cálculos)
É a obstrução do intestino por enterólitos (pedras), que se formam por deposição de minerais, tendo no centro fragmentos de metais, pequenas pedras ou partículas de madeira, barbantes, etc...

Quando estas "pedras" se localizam no cólon menor ou no cólon transverso, causam obstrução, levando o animal à morte. Um enterólito possui o tamanho normal de uma mão de adulto fechada e é o agente causador da cólica, podendo matar o animal.


À Espera do Veterinário

A - Caminhar com o animal para eliminar os gases (isto se o processo estiver no início)
B - Colocar o animal em local aberto para evitar que se machuque.
C - Dar analgésico antiinflamatório, por exemplo, Banamine.
D - Dar, via oral, um frasco de leite de magnésia.
E - Dar, via oral, dois frascos de anti-fermentativo, por exemplo, Blotrol.
F - Caso haja alguém com experiência, passar a sonda naso-gástrica e realizar a lavagem estomacal 
Cristiano Silva Proprietário da Maluhia  

domingo, 20 de outubro de 2013

Garrotilho, uma gripe eqüina

Garrotilho, uma gripe eqüina  
MALUHIA

O garrotilho, ou adenite eqüina (também chamada gurma ou corisa contagiosa), uma espécie de gripe que atinge especificamente os eqüinos. E, como as maioria das doenças respiratórias não oferece grande perigo ao animal se convenientemente tratada, complicando-se caso haja desleixo no tratamento.
Tendo como agente patogênico uma bactéria denominada Streptococos equii, o garrotilho costuma atingir os animais mais novos, até cinco anos de idade, ou ainda os mais idosos, ou seja, contamina os animais mais sensíveis, mais debilitados fisicamente (o animal adulto normalmente já criou anticorpos, portanto , mais resistente).

O garrotilho , mais comum onde a entrada e saída de animais , constante, como num Jóckey Clube. Nos Jóckeys, periodicamente surgem novas levas de cavalos. São ocasiões propícias para a contaminação, chegando a atingir mesmo os animais que tenham sido imunizados pela vacina específica, que deve ser aplicada em todos os potros acima de seis meses de idade, ainda que os resultados da imunização não sejam totalmente seguros. Nas ocasiões de entrada de um novo plantel de cavalos num local onde haja grande concentração destes, todos os animais com idade inferior a cinco anos devem ser submetidos a uma nova dose de vacina.

Além disso, outras precauções devem ser tomadas para evitar o contágio. Uma delas, não aglomerar os cavalos recém-chegados com os demais, pois podem estar contaminados. Clima frio e úmido são condições ideais para a propagação da doença. Os principais sintomas do garrotilho são: corrimento nasal purulento bilateral, gânglios submaxilares e faringeanos, temperatura elevada (febre - 40º e 41º C), inapetência e eventualmente tosse.

Tratamento
Não há segredo no tratamento do animal vítima de garrotilho. O preciso antes de mais nada, repouso absoluto, boas condições de instalação, água fresca, boa alimentação (alimentos tenros em pequenas quantidades, como cenoura, feno de alfafa, capim verde) e vitaminas, especialmente os complexos B e C. Se o animal estiver no pasto o melhor , recolhê-lo à cocheira, agasalhando-o com uma manta ou capa. O medicamento tradicional, a penicilina, que costuma resolver 95% dos casos. As tetraciclinas e as sulfaterapias também são indicadas no tratamento. Se não houver melhora com o antibiótico ser preciso então fazer uma cultura, com material colhido através do espirro, da tosse ou do catarro.

Perigos
Normalmente o garrotilho não passa de uma febre forte, não causando nenhum grande prejuízo ao animal, exceto a debilidade momentânea, a interrupção do treinamento em caso de animal e competição e outros pequenos problemas. Via de regra, o animal fica em repouso de 15 dias a 2 meses, exceto quando o tratamento não , feito corretamente, como nas ocasiões em que h ausência de vitaminas. Então a situação pode se complicar, passando de garrotilho (adenite eqüina) para traqueíte, daí para faringite, desta para bronquite e finalmente para alveolite e pneumonia.

Mesmo sem chegar a este estágio, todavia, o mal tratamento pode deixar seqüelas, se mal feito. Ainda que não correndo perigo de vida o animal poder levar bastante tempo para se recuperar totalmente. Por exemplo, quando a bolsa gutural, localizada atrás da orelha, se enche de catarro: seu esvaziamento , muito demorado e enquanto houver catarro o animal não estar curado. O pequeno criador não precisa se preocupar tanto com a doença, desde, , claro, que imunize os animais a partir dos seis meses de idade e tome as providencias necessárias quando houver contaminação.
Cristiano Silva proprietário da Maluhia  

Leptospiroses MALUHIA

Leptospiroses

MALUHIA  


Sob esse nome são conhecidas várias doenças infecto-contagiosas causadas por organismos microscópicos agrupados entre os espiroquetas, que são os organismos inferiores, cujo corpo tem forma espiralada, conhecidos como os agentes causadores da Sífilis (Treponema palidum). Antigamente, eram esses organismos divididos apenas em duas espécies: Leptospira interrogans, que englobava um grande número de variedades patogênicas, e o Leptospira biflexa, variedade de comportamento saprófita.
Esta divisão baseava-se em critérios estritamente sorológicos mais ou menos específicos, que forneciam os sorogrupos e sorovares de leptospira patogênicas e saprófitas . Entretanto , em 1992, o Sub-comitê em Taxonomia, que é uma entidade internacional que classifica os seres vivos em geral, propôs a divisão da Leptospira interrogans em seis espécies: L. borgpetersenii, L. interrogans, L. noguchii, L. santarosai, L. weilii e L. kirschneri - baseando-se em critérios de diferenciação molecular entre os diversos sorovares.

O grupo de Genética Molecular de Leptospiras do Instituto Pasteur de Paris, na França, utilizando o método de hidroxiapatita no estudo da relação entre o DNA dos diversos sorovares de leptospiras, propõe um modelo de classificação em espécies genômicas ou genomespécies, incluindo as novas espécies citadas acima e outras onze, totalizando três gêneros: Leptospira, Turneria e Leptonema, e 301 sorovares.

Como característica geral, esses organismos inferiores são bastante sensíveis à luz solar direta, aos desinfetantes comuns e aos anti-sépticos. Seu período de sobrevida na água, varia conforme a temperatura, o pH , a salinidade e o grau de poluição dessa água. Sua multiplicação é ótima em pH compreendido entre 7,2 e 7,4 (neutro, porém ligeiramente alcalino).

Experimentalmente, já foi constatada persistência de leptospiras viáveis em água por até 180 dias. O sorovar icterohaemorrhagiae morre em 10 minutos à temperatura de 56 graus centígrados e em 10 segundos quando a 100 graus . Sobrevive ao frio e mesmo ao congelamento (100 dias a menos 20 graus C). Pode ser liofilizada e é muito sensível aos ácidos, perdendo a sua motilidade em 15 minutos, quando em solução de HCl (Ácido Clorídrico) a 1:2000. Essas características são importantes serem conhecidas, pelo fato desse organismo se transmitir através da água, por ocasião de enchentes ou inundações, sendo os roedores, em geral, os disseminadores dessas doenças, funcionando como vetores intermediários tanto entre os animais como destes para o homem.

Os roedores, principalmente o Rattus norvergicus (ratazana de esgoto) são os principais vetores e disseminadores dessas doenças, além de outros roedores pertencentes ao gênero Mus (camundongo): Mus musculus, e mesmo o Rattus rattus (rato doméstico) que habita comumente as residências rurais e vive no telhado dessas habitações. Estes todos também se contagiam com as Leptospiras e adoecem. Porém, sendo mais resistentes, passam a eliminá-las por longo período principalmente pela urina e, por terem o hábito de urinarem na própria água de que se abastecem, a água assim poluída passa a ser meio de contágio para outros animais e ao homem.

É, portanto, essa doença uma zoonose, pelo fato de ser comum tanto ao homem quanto aos animais que com aquele habitam ou convivem. É doença freqüente entre pessoas ligadas ao trabalho com animais, tais como trabalhadores em abatedouros de animais (Matadouros), empregados de fazendas ou de curtumes de couros , além dos próprios veterinários. Pessoas que exercem trabalhos em limpeza pública (garis), departamentos de águas e esgotos, laboratoristas e mesmo professores e estudantes em contato direto com animais são também suscetíveis a contraírem essas doenças, quando não se cuidam convenientemente.

Em Eqüinos, a doença se exterioriza com sinais de fraqueza, febre, mialgias (dores musculares) e abortos. No Brasil, inquéritos sorológicos já efetuados nesta espécie animal, principalmente nas regiões criatórias de S. Paulo, Goiás e Mato Grosso, revelaram a prevalência dos sorovares: Icterohaemorraghiae, Canicola e Pyrogenes.



DIAGNÓSTICO

Os sintomas apresentados pelos animais, tais como febre, icterícia, abortos, etc., sugerem ao veterinário a possibilidade da doença, que deve ser confirmada por exames laboratoriais, tais como:

1. Isolamento bacteriológico do agente causal, por cultura de sangue (Hemocultura), ou urina, ou fetos abortados e seus envoltórios, em meios apropriados, tais como o de Fletcher. O animal de laboratório hamster (Mesocricetus auratus), é tido como o melhor para cultura e isolamento dos diversos leptospiras.

2. Imunofluorescência; técnica especial, sensível, porém cara.

3. Microscopia em Campo Escuro (Cardióide), também chamada Ultramicroscopia, com exame do sedimento obtido por centrifugação da urina dos animais suspeitos de estarem contaminados. Com essa técnica simples é possível visualizar diretamente no campo microscópico o agente causal da doença.

4. Em fetos abortados e seus envoltórios; técnica especial de coloração de cortes histológicos por impregnação pela prata, e outros.

5. Testes sorológicos a partir do soro sangüíneo dos animais suspeitos, com a chamada prova de hemo-soro-aglutinação microscópica; é o meio laboratorial mais difundido para esse diagnóstico, porém, só é recomendada sua realização a partir do término da primeira semana da doença, já que em sua fase inicial não houve tempo para a formação pelo organismo enfermo dos anticorpos específicos pesquisados.

6. Testes Elisa, para detecção de IgM contra os vários sorovares.


PROFILAXIA

Envolve várias técnicas, que vão deste a inoculação de vacinas nas espécies domésticas sensíveis ao mal, assim como o próprio homem, até o combate e captura de ratos de esgotos. Especial cuidado deve ser tomado quando por ocasião de cheias ou enchentes, pelo fato destas determinarem a saída das ratazanas que se alojam e vivem nas galerias pluviais e esgotos.

1. COMBATE aos ratos de esgotos - Simples captura a través de armadilhas (ratoeiras), e mesmo com colocação de iscas envenenadas para combate desses indesejáveis roedores. Produtos químicos especiais, chamados de raticidas, podem ser empregados para esse fim, porém com especial cuidado para que não sejam ingeridos acidentalmente por outros animais domésticos.

2. VACINAÇÃO - Existem no mercado de produtos veterinários, vacinas específicas contra esse mal, preparadas para cada espécie de animal doméstico a ser inoculado preventivamente. Devem ser repetidas periodicamente, conforme indicação de cada laboratório fabricante.

3. ISOLAMENTO das pessoas ou animais infectados, como meio de evitar-se o alastramento do mal para outros organismos suscetíveis. Especial cuidado deve ser tomado com os excretas desses animais, principalmente com a urina.

4. TRATAMENTO - Vários antibióticos são eficientes contra essas doenças , tais como a Ampicilina , Amoxicilina , Penicilina G, Cefotaxime, Eritromicina, Tiamulin, e outros menos eficientes porém em alguns casos indicados, tais como: Cefalotina, Cloranfenicol e Sulfonamidas. Nos casos em que os rins encontrem-se atacados (nefrite), revelou-se a melhor droga a dihidroestreptomicina, talvez por combinar sua ação bacteriostática à sua ação bactericida e persistência por maior tempo no tecido renal.
Cristiano Silva proprietário da Maluhia

Dicas Importantes MALUHIA E VC

Dicas Importantes
MALUHIA E VC 

» A raspagem do pelo do animal após um banho com shampoo de qualidade é importante para tornar o pelo dos animais mais brilhantes.

» Nunca guarde seu animal molhado. Normalmente após o trabalho ou passeio, costuma-se dar uma ducha nos cavalos, mas evite colocá-lo na baia ainda molhado, pois isto pode causar problemas nos cascos ou na pele, tais como: dermatites, podridão do casco, etc.

» Sempre retire a sobra de ração da refeição anterior antes de fornecer novamente. Restos de ração no cocho podem predispor seu animal a distúrbios gastro-intestinais (cólicas).

» Evite cortar totalmente a crina na região da fronte (cabeça). A crina ou topete desta região serve como proteção à insolação direta sobre cabeça, fato que pode prejudicar os cavalos que passam muitas horas ao sol.

» Limpe diariamente os cascos do seu cavalo, uma simples prevenção como esta pode evitar problemas seríssimos de locomoção.

» Forneça sal mineral à vontade para seu cavalo, os ingredientes existentes neste produto são essenciais à diversas funções fisiológicas dos cavalos.

» Nunca dê banhos frios logo após longos períodos de exercício, pois o choque térmico pode causar sérios problemas musculares ao seu animal.

» A ração acabou ? Evite trocar de marca ou tipo de ração bruscamente, pois os cavalos não se adaptam facilmente a novas "comidas", podendo ter problemas sérios de "cólica".

» Troque de agulha e seringa quando novas medicações forem feitas, ou mesmo, quando mais de um animal for medicado ou vacinado. A utilização de produtos não descartáveis pode causar a transmissão de importantes doenças nos cavalos.

» "Melhor prevenir do que remediar" - Às vezes doenças simples podem se complicar quando tardiamente tratadas. Além disso, fazer economia quando trata-se de vida não é sensato. O barato pode sair caro. Consulte seu veterinário de confiança !

» O cavalo é bastante seletivo em relação ao que ingere na alimentação, portanto, sempre forneça água de boa qualidade - substância esta essencial à vida e à saúde do seu animal.

» A vermifugação e a vacinação regular dos cavalos evita muitas doenças. Além disso, existem vacinas obrigatórias, como por exemplo, vacina contra Encefalomielite Eqüina, que trata-se de uma zoonose (doença que pode ser transmitida dos animais para os homens). Informe-se !

» Informações gerais sobre cuidados com os cascos:
Limpeza Diária: Utiliza-se ferramenta apropriada, usando no mínimo duas vezes por dia, a fim de remover todo o material acumulado debaixo da sola.
Manutenção Periódica: Em animais que não usam ferraduras, fazer casqueamento (aparar cascos) a cada 40 dias; nos animais ferrados, fazer casqueamento e substituição das ferraduras no mesmo período.
Camas ou forragens para cocheiras: Camas de serragem facilitam o manejo pois, ao contrário de cama de capim, não fermentam e absorvem melhor as fezes, evitando problemas no casco.
Tipo de piso de Trabalho: Animais que trabalham em terrenos com muita pedra, há necessidade de ferrá-los a fim de proteger os cascos, promovendo maior conforto durante a atividade; em terrenos arenosos, uma simples manutenção periódica é suficiente; evitar terrenos com muita umidade, pois predispõem à fragilidade dos cascos.
Para evitar ressecamento dos cascos, após a limpeza passar produtos específicos para cascos (graxa), orientados pelo veterinário, evitando ressecamento e rachaduras, uma vez por semana.

» Sempre vacine os cavalos contra Tétano, já que a facilidade do animal contrair esta doença é bastante grande (Ambiente Contaminado x Simples Feridas). Além disso, esta vacina, que deve ser dada anualmente, tem custo baixo, sendo muito mais barata que um possível tratamento desta doença e nem sempre o animal com tétano pode ser curado.

» Dê a ração para a categoria que seu animal se inclui, ou seja, existem diferenças nas rações dadas aos potros em crescimento, aos animais adultos e às éguas em gestação/lactação. Informe-se!

» Mantenha sempre a embocadura que seu animal estiver acostumado a utilizar, pois a troca deste equipamento pode prejudicar o trabalho a ser realizado além de poder machucar a boca dele. A freqüente utilização da mesma embocadura (freio e/ou bridão) permite a formação de "calos" de acomodação.

» Seu animal está doente? Não demore a chamar um médico veterinário de sua confiança, pois o tempo de acometimento por um problema qualquer pode influenciar os resultados frente aos tratamentos prescritos.

» Não mantenha os potros jovens durante todo o tempo em baias, já que o sol e a liberdade de movimento são imprescindíveis para o bom desenvolvimento de um cavalo sadio e forte.

» Seu cavalo quebrou a pata e deve ser sacrificado! ERRADO! Com a evolução da medicina veterinária moderna existem muitas possibilidades de tratamento das diferentes formas de lesão do aparelho locomotor dos cavalos com bons resultados.

» Quando necessitar transportar seu animal para diferentes locais, acostume-se a fazer o exame de Anemia Infecciosa Eqüina. Só assim você estará protegendo seu animal e colaborando ao controle desta doença que traz muitos prejuízos ao mundo eqüestre. Este exame é de obrigatoriedade ministerial e tem a validade de 2 meses.

» Quando você estiver domando um potro ou adestrando um cavalo permita que ele aprenda através do reflexo condicionado positivo, ou seja, gratifique após a realização de um fato correto ao invés de punir os erros. Só assim você poderá ter um animal dócil e tranqüilo.

» Ensine as crianças a montarem de capacete, mesmo que seja uma montaria de passeio, pois acidentes acontecem e as conseqüências podem ser bastante graves quando do traumatismo de cabeça.

» Não forneça ração ao seu cavalo imediatamente antes ou após o exercício, práticas como estas podem predispor ao aparecimento de cólicas gastrointestinais. Portanto, dê ração em intervalos de pelo menos 1 hora antes ou após o trabalho.
Cristiano proprietário da Maluhia 

Odontologia Eqüina

Odontologia Eqüina  
Cristiano silva

De cavalo, dado ou comprado, olham-se os dentes

Já faz algum tempo que os dentes dos cavalos deixaram de ser avaliados somente quando se queria saber a idade do animal. Os veterinários especializados eram escassos e os cursos de especialização no Brasil, inexistentes. Porém, hoje a Odontologia Veterinária vem ganhando a importância que sempre mereceu na saúde e até treinamento dos animais, sejam eles de esporte ou não. Já existem cursos de especialização no Brasil, embora quase toda a tecnologia seja estrangeira e também já existem profissionais capacitados para qualquer tipo de avaliação e tratamento dentário.

O cavalo nasce somente com alguns dentes pré-molares e, no decorrer seu desenvolvimento, os demais dentes vão erupcionando, num processo que continua por toda a vida do animal. Um eqüino adulto normal tem os incisivos que se tocam como torquês, sem sobreposição; arcada superior mais larga que a inferior, fazendo com que os molares superiores se posicionem tocando mais lateralmente os molares inferiores. Não há espaços entre os dentes, exceto entre os últimos incisivos e os caninos e entre os caninos e os primeiros pré-molares. Além disso, a mastigação acontece com excursão lateral da mandíbula, para um lado de cada vez e a mandíbula tem deslizamento rostro-caudal (para frente e para trás).

O distúrbio congênito (que já existe no recém-nascido) mais comum, ainda que seja raro, é a permanência da fenda palatina, que ocorre quando as duas lâminas de osso que formam o palato (“céu-da-boca”) não se fecham. Esse fechamento deve ocorrer ainda quando o potro está no ventre da égua. Quando isso não ocorre, a cavidade bucal tem comunicação direta com a cavidade nasal, o que não é incompatível com a vida, embora possa facilitar a instalação de doenças fatais, como uma pneumonia por aspiração do leite para os pulmões.

Os problemas adquiridos mais comuns são: de erupção, desgaste anormal e fraturas dos dentes, incidência dos dentes-de-lobo, problemas de oclusão. A incidência desses distúrbios varia de acordo com a idade, condições de manejo e raça dos animais.

Problemas de erupção podem ocorrer quando os dentes decíduos (dentes-de-leite), ficam retidos formando uma cápsula óssea acima do permanente, impedindo a erupção do mesmo. O tratamento indicado é a remoção, que deve ser feita por um profissional. Aqui uma questão importante: os cavalos também trocam os dentes, exceto os molares e caninos.

O desgaste anormal dos dentes leva à formação de ganchos, rampas, ondas e cantos. Essas formações dificultam a o deslizamento da mandíbula durante a mastigação. O animal tende a mastigar somente para um lado, e tem a digestibilidade dos alimentos prejudicada, perdendo peso. Além disso podem ser formar espículas ósseas (espinhos) que lesam a mucosa oral e língua. O tratamento é feito através do grosamento das imperfeições à medida que aparecem. Os procedimentos são feitos com brocas próprias para cada caso, com auxílio de um abridor de boca.

Dentes-de-lobo é a denominação que se dão aos primeiros pré-molares. Não se deve confundi-los com os caninos, presentes em todos os machos e em algumas fêmeas. Os primeiros pré-molares não têm importância na mastigação, estão localizados à frente dos dentes esmagadores (aqueles no fundo da boca), e existem na maioria dos cavalos principalmente na arcada superior. Tendem a ser grandes nos lusitanos mas, em geral, são apenas vestígios ósseos, sendo, comumente, pequenos nos PSI e quarto de milha. O maior problema causado pelos dentes-de-lobo é a resistência do animal à ação das rédeas pois há desconforto quando a embocadura toca neles. Costuma-se grosar o dente-de-lobo próximo à gengiva, mas em cavalos de alta performance o mais indicado é a extração. Nesses animais também é comum o aparamento da superfície dos pré-molares restantes para um melhor posicionamento da embocadura.

Os problemas de oclusão mais comuns ocorrem quando o cavalo não apresenta os incisivos se tocando como torquês, ou seja, a face cortante dos superiores exatamente em cima da face cortante dos inferiores. Fraturas de coroa dentária (parte visível do dente) também são comuns e podem desencadear um abscesso dentário e até abscesso facial ou sinusite. Outra fratura comum é a da mandíbula. Todos esses problemas podem ser resolvidos por um profissional especializado.

Problemas dentários podem causar distúrbios gastrintestinais, cólicas, perda de peso, problemas de coluna, traumas na mucosa bucal, traumas na língua, abscessos, fístulas faciais, sinusites, tumores e queda na performance.

Durante um exame clínico há aspectos importantes para avaliar a saúde bucal do cavalo. Deve ser observada a musculatura da cabeça e pescoço pois quando o cavalo tem dificuldade de mastigar para um dos lados a musculatura do outro lado tende a se desenvolver mais que o outro. A dificuldade na mastigação também pode ser verificada quando pedaços grandes de fibras vegetais são encontrados nas fezes.

O tamanho dos alimentos também é importante, assim como a quantidade de volumoso e pastagem. Quanto menor o tamanho dos alimentos maior o risco de problemas dentários, pois o tempo de mastigação é menor. Da mesma forma pouco verde na alimentação do cavalo dificulta do desgaste correto dos dentes, que ocorre quando os animais se alimentam de plantas que contêm sílica como as gramíneas.

A percussão dos seios paranasais pode ser útil para diagnóstico de sinusite de causa dental. Além dos métodos anteriores de verificação, o mais eficiente é a visualização e palpação direta nos dentes.

Para um diagnóstico de qualquer problema é fundamental a visita de um veterinário especializado. Esse profissional dispõe de técnica e equipamentos necessários para a análise e tratamento de qualquer distúrbio que esteja acometendo os dentes ou a cavidade oral dos eqüinos. Os profissionais veterinários dispõem de técnicas de exodontia, endodontia e ortodontia, inclusive com aparelhos ortodônticos, e podem indicar mudanças de manejo que previnam ou amenizem os problemas bucais e dentais. Já contam com uma entidade representativa, a Associação Brasileira de Odontologia Veterinária (ABOV), e, apesar de se concentrarem principalmente no eixo Rio – São Paulo, atendem os animais em propriedades por todo País.

Como se pode perceber, a boca e os dentes são suscetíveis de sofrer vários problemas, alguns deles graves. Com o desenvolvimento da Odontologia Veterinária, surgem tecnologias para manter a saúde bucal dos animais, e essas devem ser aplicadas de forma rotineira para manter o eqüino saudável como um todo. Assim, olhar os dentes e a boca, mesmo de um cavalo ganhado, não é mais sinal de rudez e sim respeito para com o mesmo. Não se deve esquecer que é pela boca que se dá o contato mais íntimo entre cavalo e cavaleiro e através dela que a montaria se doa por completo aos anseios e caprichos do ginete.
Cristiano proprietário da Maluhia

A Saúde Mental do Cavalo

A Saúde Mental do Cavalo
 
Obrigados a permanente estabulação nos clubes hípicos, quartéis de cavalaria, centros de treinamento, jockeys clubes e haras mal projetados, o aborrecimento provocado pela ociosidade é péssimo companheiro e acaba provocando danos ao comportamento psíquico do animal. No momento atual a produção e utilização dos cavalos sofrem um processo de ajustes à nova realidade econômica, e os novos "homens de cavalo" preferem construir centros de treinamento e comercialização, ou adequar antigos haras à nova realidade, diminuindo seus plantéis através de criteriosa seleção, introduzindo programas nutricionais condizentes e diversificando as áreas de produção.
Essas mudanças aproximam muito mais o homem do cavalo e, se não forem obedecidas técnicas adequadas, o aumento do artificialismo pode provocar graves prejuízos à saúde mental do cavalo. As mudanças psicológicas que podem acometer os cavalos confinados ocorrem principalmente com o aparecimento dos vícios. Por isso, a avaliação da saúde mental deve ser feita diariamente pelo responsável mais direto, observando a freqüência e a intensidade com que os vícios ocorrem. Os principais vícios que podem ocorrer com os estabulados e que são sintomas de distúrbios comportamentais são a aerofagia (engolir ar), coprofagia (comer fezes), morder as paredes divisórias ou cochos, irritabilidade excessiva, birra de urso (movimento pendular do pescoço e da cabeça), má vontade de trabalhar e, eventualmente, maior agressividade.

Alimentação
Entre todos os fatores que predispõem os estabulados a apresentarem os vícios, depois da ociosidade, a alimentação tem talvez a maior importância. Indevidamente alimentados com certeza terão distúrbios comportamentais. Quando estabulados, os animais podem estar em diferentes níveis de treinamento e, portanto, de exigências nutricionais diversas. Os poucos trabalhados (2 ou 3 vezes por semana) devem receber mais alimentos volumosos, de preferência os fenos, do que alimentos concentrados (rações comerciais industrializadas). Calcula-se que nessas condições os cavalos deverão receber cerca de 1,5 % do seu peso em feno e no máximo 0,8 % de rações por dia, ou seja: um cavalo de 500 kgs deveria receber de 7,5 a 8 kgs de fenos e, no máximo, 4 kgs de ração por dia. É preferível mantê-los com mais cobertura de costelas do que muito enxutos, pois esta condição física induz ao temperamento nervoso.

O inverso ocorre quando o cavalo trabalha diariamente, preparando-se para maiores performances, quando deverão receber cotas maiores de concentrados e menores de volumosos e precisam estar mais enxutos do que obesos. Muita comida para os que trabalham pouco, ou pouca para os que trabalham muito, são condições que predispõem ao desconforto, à obesidade e à ocorrência de distúrbios intestinais. Outra característica importante em relação à alimentação diz respeito aos níveis de nutrientes que os estabulados devem receber. Os em intenso ritmo de treinamento gastam mais energia e eletrólitos do que seus vizinhos que se exercitam menos. O gasto energético durante os exercícios varia enormemente. Um cavalo trabalhando em galope curto gasta 10,00 Kcal/Kg de peso hora, enquanto que em galope alongado este índice aumenta para 40,10 Kcal/Kg. As exigências protéicas variam muito pouco e, por essa razão, as rações comercias para a performance não precisam ter mais do que 12 ou 13% de proteína.

Outra sensível diferença é a perda de eletrólitos pelo suor. A variação pode ser muito expressiva, de acordo com a intensidade do trabalho realizado por cada animal. Se não forem suplementados satisfatoriamente em suas necessidades de reposição de elementos como cálcio, fósforo, sódio, potássio, cloro, manganês, ferro, zinco e cobre, a falta destes elementos induz a um grande desconforto e, conseqüentemente, ao aparecimento de vícios, principalmente a coprofagia e a geofagia (comer terra). Quando em liberdade, o cavalo gasta de 13 a 15 horas por dia se alimentando, sempre em pequenas porções. Quando estabulado, o tempo que emprega comendo é, no máximo, de 6 horas. Essa diferença demonstra a influência da estabulação sobre o tempo livre que o cavalo deverá preencher com alguma outra atividade.

Calcula-se que para o cavalo consumir 1 Kg de feno gasta 30 minutos. Quando o feno for umedecido, gasta 20 minutos. Para comer 1 Kg de aveia ou milho quebrado, gasta apenas 5 minutos. Com essas informações é preciso criar um programa nutricional de forma a se aproximar ao máximo da condição de vida livre com plena liberdade. Hoje estuda-se a introdução de comedouros automáticos com "timer" ajustado para fornecer de 6 a 12 refeições por dia; fenos enriquecidos para atender os estabulados que trabalham pouco, dispensando assim os concentrados; o oferecimento "`a vontade" de volumosos de baixo valor nutritivo a fim de atender à condição intestinal e mastigação mais freqüente, sempre com o objetivo de preencher as horas livres e diminuir a angústia e o aparecimento de vícios.

Atividades
Os novos programas de distração física para preencher o tempo livre e não torná-lo ocioso têm enfatizado que, além das atividades já conhecidas como o trabalho montado, o trabalho na guia, redondel livre, redondel de salto, trabalho puxado, piquetes de recreação e relaxamento, deve-se incrementar o contato mais intenso e demorado do tratador com o animal, repetindo a higiene diária das baias e a escovação dos pelos (massoterapia) 2 a 3 vezes por dia.

Homem
O comportamento de todos os homens envolvidos com o dia-a-dia dos animais estabulados tem grande influência sobre o comportamento psicológico e seu conseqüente bem estar. Assume maior importância aquele que passa mais horas em contato com o animal, porque além de fornecer os alimentos, realiza a higiene diária e, dependendo de sua devoção ao trabalho, sua companhia torna mais suportável a solidão que acomete tantos cavalos confinados. A agressividade e o medo dos animais é diretamente proporcional à falta de carinho, rispidez, grosseria, voz alta e movimentos bruscos e violentos que o tratador, por ignorância, falta de preparo ou mesmo incompetência, demonstra.

A preparação dessa importante mão-de-obra precisa ser contínua, profissional e todos os envolvidos devem ter consciência da relevância e importância de seu trabalho para o bem estar e desenvolvimento dos animais. Na escolha desses profissionais é preciso que transpareça, a todo momento, que ele goste realmente de cavalos. Essa é a única característica que não se aprende na escola. Em termos gerais, a angústia mental do cavalo estabulado decorre dos seguintes fatores: Falta de espaço, excesso de calor e pouca ventilação, cama suja e úmida, mudança na alimentação, incompatibilidade com vizinhos, ataque de insetos, desconforto da dor, vizinhos que apresentam vícios, stress de treinamento e falta de carinho do homem.

Qualquer destes fatores e, logicamente, a combinação de quaisquer deles deve, radicalmente, ser evitada para que os cavalos possam se sentir bem e, conseqüentemente, retribuir abundantemente cada cuidado recebido daqueles que deles zelam carinhosamente.

domingo, 6 de outubro de 2013

IMPRINTING

IMPRINTING
O que é IMPRINTING?
O treinamento comportamental de potros recém-nascidos, conhecido como Imprinting (traduzido literalmente como impressão), foi largamente veiculado e popularizado no mundo Hípico a partir de 1991 pelo medico veterinário norte-americano Robert Miller.
Em etologia (estudo comportamental das espécies), Imprinting é o processo no qual um animal jovem aprende a reconhecer indivíduos específicos (no caso mãe) e outros seres de sua espécie. Esse processo, em geral, é uma resposta automática a estímulos específicos implantados durante o prazo de tempo em que o animal é sensível a esses estímulos. Esse prazo, denominado de sensitivo, é de horas ou dias, e especificamente ativo logo nas primeiras horas após o nascimento. A capacidade de o filhote reconhecer a mãe, identificá-la e segui-la, é importante para a sobrevivência do individuo, especialmente nas espécies em que o filhote se movimenta e seguem o grupo logo após o nascimento, tal como é o caso dos eqüinos.
O exemplo mais conhecido é o dos patinhos e gansos, cujo estimulo do Imprinting ao sair do ovo é seguir a primeira coisa que ele enxergar em movimento. Assim, é comum vermos esses animais seguindo crianças e cães e não suas mães porque aqueles foram a primeira visão que as pequenas aves tiveram de algum movimento (estimulo) ao eclodirem do ovo (período sensitivo).
Robert Miller publicou livros e vídeos com base na idéia de que o lapso de tempo de até duas horas após o nascimento seria o período sensitivo do potrinho, uma vez que é nesse tempo que ele aprende a reconhecer e seguir sua mãe.
O pesquisador preconiza que se houver interação com o potrinho nesta “janela” de tempo, ( por vezes antes mesmo de o potro levantar e mamar), o homem poderia moldar permanentemente o comportamento e a personalidade do recém-nato para que o animal fique mais manejável, calmo, confiante e por conseqüência tornar-se um cavalo mais fácil de treinar no futuro.
Isso acontece por vários fatores. Inicialmente porque o potro faria a ligação com o homem ao mesmo tempo em que faria com sua mãe, e nesse caso não o veria como um predador. O potro reconheceria o homem como dominante e se submeteria sem medo e poderia ser dessensibilizado permanentemente a estímulos comuns que ele encontrará ao longo da sua vida ( como o barulho de tosquiadeiras, ao tocarmos as suas orelhas, olhos e patas, introdução dos dedos em suas narinas, etc.).
Nos Estados Unidos, muitos anúncios de potros à venda citam que este ou aquele tiveram trabalho de Imprinting ao nascer, dando uma possível “garantia” de um animal mais calmo e manejável.
Por outro lado, o método do Dr. Miller foi combatido por alguns veterinários e hipologistas que  sugeriam que o treinamento de Imprinting poderia estressar desnecessariamente o potrinho recém-nascido por atrasar o tempo que ele levaria ingerir o colostro.
Argumentavam também que se o método fosse feito incorretamente poderia produzir um potro menos manejável ao crescer, porque interferiria na ligação do potro com a mãe criando animal “mimado” pelo homem.  Este não respeitaria o espaço do ser humano ( o que poderia vir a ser muito perigoso conforme o potro cresce), e se tornaria um potro completamente insensível aos estilos e sem respostas instintivas, tornando-o mais difícil de treinar e por vez criando cavalos agressivos e não submissos, como muitas vezes acontece no caso de potros órfãos amamentados na mamadeira.
Com base nestas opiniões opostas, dois trabalhos científicos em Imprinting acabaram de ser publicados pela Universidade do Texas, que esclarecem muitas duvidas.
Os dois trabalhos concluíram que o treinamento de Imprintig verdadeiro, onde o que é aprendido é fixado por um longo tempo, não acontece nos eqüinos.
Os pesquisadores conduziram dois estudos onde dividiam os potros em grupos que não recebiam treinamento em Imprinting (grupo controle), e grupos que receberam Imprinting logo após o nascimento, e outro que receberam treinamento em vários intervalos de tempo diferentes.
A pesquisa seguiu a técnica de Imprinting do Dr. Miller, soldando após o treinamento, os potros no pasto com suas mães com mínimo contato com seres humanos. Estes animais eram recolhidos e testados para taxa cardíaca, comportamento e respostas aos estímulos dados.
O primeiro estudo focalizou a eficácia do treinamento de Imprinting. Foi observado o quanto de informações referentes ao treinamento foi retida pelos potros e por quanto tempo. Dos 47 animais de estudo, 25 sofreram Imprinting e 22 não. Com um e dois meses d vida, os potros que tiveram o treinamento apresentaram melhor resposta aos estímulos e menor taxa cardíaca do que os do grupo controle. Já os três meses os potros não apresentaram diferenças significantes entre eles. Concluiu-se que as sessões de treinamento precoce foram se apagando com o tempo, o que não deveria ocorrer se o Imprinting verdadeiro tivesse ocorrido.
O segundo estudo focou na busca do período de tempo ideal para se processar o treinamento. Foram usados 131 potros divididos em sete grupos. O primeiro não teve treinamento (controle); o segundo foi treinado logo após o nascimento; o terceiro foi treinado ao nascer e reforçado às 12, 24 e 48 horas de vida.
Os outros 4 grupos tiveram um único treinamento respectivamente com 12,24,48 e 72 horas após o nascimento.
Depois disso os potros foram soltos no pasto com suas mães por seis meses, quando estão foram testados para resposta aos estímulos do treinamento, taxa cardíacas e comportamento. Os resultados foram muitos similares ao do primeiro estudo e não apresentaram diferenças significativas ente nenhum dos grupos.
Os pesquisadores concluíram que o que realmente funciona com eqüinos não é o treinamento de Imprinting, e sim o treinamento regular que nesse caso deve ser confirmado constantemente ou será esquecido.
Como ponto positivo do método, eles afirmaram que o treinamento dos potros iniciados o mais cedo possível tem melhor resultados, uma vez que eles logo aprendem q não temer o ser humano e a colaborar com o manejo, desde que os estímulos sejam repetidos com relativa freqüência.
Finalmente, provou-se que não há necessidade da presença do proprietário ou do veterinário na madrugada, na hora do nascimento especificamente para treinar o potro. O treinamento do potro pode ser iniciado a qualquer momento, de 24 horas a três dias ou mais de vida sem diferenças significantes na qualidade da resposta. Entretanto, se o trabalho não for concluído com sessões subseqüentes todo o treinamento será perdido.
Podemos constatar que na maioria das vezes a ciência acaba por provar que as pessoas que trabalham com cavalos já perceberam a muito tempo atrás. No ramo do cavalo, a capacidade de observação aliada ao bom senso ainda trazem melhores resultados.
                 Dra. Adriana Busato, proprietária do Haras FB

Úlcera Gástrica nos Eqüinos

Úlcera Gástrica nos Eqüinos
Úlcera Gástrica nos Eqüinos (causas e tratamento)
As úlceras e gastrites dos cavalos são causadas por muitos fatores, entre eles o uso indiscriminado de medicamentos. O tratamento inclui manejo nutricional e medicação especifica.
Introdução: a incidência de úlceras e gastrites em cavalos de esporte é elevada, chegando entre 70 a 90% dos animais, dependendo das condições de manejo. Um dos fatores desencadeantes ou agravantes é o uso de alguns antiinflamatórios não esteroídais (AINES), dos quais a fenilbutazona é o exemplo mais conhecido. Para diminuir este problema, um recuso possível é o uso do omeprazol em paralelo com tratamento com AINES, visando reduzir a irritação da mucosa gástrica que leva o surgimento da gastrite, que pode evoluir para úlcera. É importante entender que este processo se dá pela ação inibitória que os AINES têm sobre as prostaglandinas (substancias relacionadas ao mecanismo inflamatório), que diminui, entre outros, a produção de muco protetor da mucosa gástrica. A via de administração dos AINES não influencia em nada; tanto os produtos orais quanto os injetáveis têm esta ação sobre a mucosa gástrica.

Etiologia
A administração excessiva de AINES pode causar ulcerações no estômago, mais freqüentemente na porção aglandular próximo à prega Margus Plicatus. Essas lesões costumam ser profundas e se apresentam em  coloração amarelada. Esta aparência está relacionada com a interrupção do fluxo sanguíneo para as mucosas, através da inibição da síntese de prostaglandina na mucosa gástrica.
A úlcera gástrica, tanto em potros quanto em cavalos adultos, é resultado de um desequilíbrio entre os fatores agressores (ácido hidroclorídrico, pepsina e ácido biliar) e os protetores das mucosas ( muco, bicarbonato, prostaglandina E2, fluxo sanguíneo, processo regenerativo da mucosa e fator de crescimento epidermal), decorrente de algum processo patológico. O estresse (animal estabulado, viagens, treinamento equivocado) e a doença ( jejum prolongado, pós-operatório, uso de AINE) são fatores importantes no desenvolvimento de úlceras e a percepção dos sinais clínicos pode levar a um diagnostico antecipado.

Prevalência e Localização
A prevalência estimada de lesões gástricas varia de 25% a 50% de potros e de 60% a 90% em eqüinos adultos dependendo da idade, do exercício desenvolvido e da população avaliada.
Uma alta prevalência (acima de 90%) tem sido observada principalmente em animais submetidos a treinamento para corridas e provas de alto desempenho ( Freio de Ouro, Apartação, Rédeas, Baliza e Tambor), afetando principalmente o desempenho atlético desses eqüinos.
As úlceras são mais comumente encontradas na mucosa escamosa ou anglandular adjacente ao marco plicatus, ao longo da curvatura maior e menor do estomago. Em caso mais severos de ulceração pode estender-se à mucosa glandular do fundo.

Sinais Clínicos
Animais afetados normalmente apresentam sintomatologia não especifica. Os sinais mais comuns incluem desconforto abdominal, perda de apetite(anorexia) e depressão. Já em potros, a diarréia é o sinal clinico mais freqüente em caso de úlcera gástrica. Outros sinais incluem cólicas, ranger dos dentes, salivação aumentada e febres.

Gastroscopia
Para diagnostico, o exame visual do estômago através de endoscópio (gastrocopio) é indicado quando o animal apresenta cólicas e perda de peso crônica.
Este exame deve ser realizado em ambiente calmo. Se necessário, o animal pode ser tranqüilizado com xilazina na dose de 0,5mg/kg ou detomidina 0,02-0,04/kg IV. O ideal é que o animal submetido a esse exame esteja em jejum de 12 horas de alimentos sólidos e 4 horas de liquidos.
Depois de introduzir o gastrocópio em uma das narinas, o aparelho deve passar pelo esôfago e o clinico deve observá-lo cuidadosamente em busca de anormalidades. Para melhor observação do estomago, este deve ser distendido por ar através do gastrocópio, para que as regiões glandulares e anglandular sejam bem visualizadas. O esvaziamento gástrico também pode ser feito através sonda nasogástrica e pelo uso de metoclopramida na dose de 0,125mg/kg (Plasil) ou cloreto de betanecol ( Liberin), dose de 0,025mg/kg pela via intravenosa.
Infelizmente, ainda existem poucos gatrocópios adequados para eqüinos no Brasil, o que restringe o uso pratico deste exame.

Tratamento
Usa-se medicamento que bloqueiem o efeito inibidor da secreção mucosa que é apresentado pelos AINES. O ideal sejam drogas que tenham um efeito anti-secretor prolongado, permitindo uma única administração diária.
O omeprazol se mostrou mais eficaz que outras drogas, tais como a cimetidina e a ranitidina, na cura de úlceras da porção anglandular em eqüinos submetidos a exercícios extenuantes. Depois do tratamento inicial de 28 dias com uma dose de 4mg/kg por via oral, uma dose menor diária (meia dose) se mostrou eficaz na prevenção e recorrência da doença.

Conclusão
O uso de fenilbutazona na clinica médica de eqüinos ainda hoje é imprescindível devido a sua potente ação antiinflamatória, sendo por isto aconselhável o uso conjunto do omeprazol na dose de 2mg/kg na prevenção de lesões gástricas.  Esta dosagem de omeprazol também pode ser feita em casos de transporte, manejo de potros, intensa atividade atlética e administração de outros antiinflamatórios não esteroidas.
FONTE: CÁSSIA FRÉ DA COSTA (Medica Veterinária com pós-graduação em diagnostico e cirurgia de eqüinos)
Natalia Telles Schimidit (Médica Veterinária com pós-graduação em diagnostico e cirurgia de eqüinos)
HORSE´S LIFE, outubro de 2010. Edição nº7

PARA AS ENCILHAS DOS EQÜINOS NAS ATIVIDADES CAMPEIRAS

DIRETRIZES PARA AS ENCILHAS DOS EQÜINOS NAS ATIVIDADES CAMPEIRAS
O Movimento Tradicionalista Gaúcho, reunido na 67ª Convenção Tradicionalista Gaúcha, realizada em 29 e 30 de julho de 2005, na cidade de Tramandaí, aprovou as presentes DIRETRIZES para as encilhas dos equinos nas atividades campeiras, com alterações introduzidas pela 69ª Convenção Tradicionalista Extraordinária, realizada no dia 20 de maio de 2006, na cidade de Bento Gonçalves.
As encilhas dos animais serão compostas das peças conforme citações e descrições que seguem:
-XERGÃO ou BAIXEIRO: de lã natural.
-CARONA: de sola, de couro cru ou lona em ambos os lados. A carona pode ser forrada em couro ou feltro.
-ARREIOS: bastos, lombilhos, serigotes-cela ou serigote,  com as basteiras de couro ou feltro.
-TRAVESSÃO e LÁTICOS: de couro cru ou sola.
-BARRIGUEIRA do TRAVASSÃO – de algodão, seda (sem tingi mento), crina ou couro torcido, com as tramas em algodão ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
-PELEGO ou “COCHONILHO”: branco, preto marrom, sempre natural, ou seja, sem tingi mento.
-BADANA: de uso opcional. Quando usada sempre em couro.
-SOBRE-CINCHA e LÁTEGOS: de couro cru ou sola.
-BARRIGUEIRA da SOBRE-CINCHA: de algodão, seda (sem tingi mento), crina ou couro torcido, com as tramas em  seda ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
-LAÇO: de couro cru, não podendo ser emborrachado ou ainda revestido com fitas plásticas, podendo ser pintado, nas cores preta ou marrom, desde que se visualize a trança.
-MANGO; de couro cru. Com adornos em prata, metal ou chifre, com cabo de madeira, revestido de couro ou não, trançado (rabo de tatu), com ou sem argola e com tala de, no mínimo 5cm de largura por 30cm de comprimento, deverá ser usado sempre no pulso.
-LOROS: de couro cru ou sola, não podendo ter nenhum tipo de reforço que não seja destes dois materiais.
-ESTRIBOS: de ferro, inoxidável, latão, bronze, prata, alpaca, osso ou chifre, podendo ser retovados de couro.

JOGO DE CORDAS
-CORDAS DE CABEÇA: deverão ser de couro.
-RÉDEAS: deverão ser de couro, lã, crina ou algodão, sem nenhum tipo de reforço interno que não seja destes materiais, nas cores, branca, preta ou marrom (cores naturais da lã), as de algodão, deverão ser na cor natural (sem tingi mento).
-Obs. É vetado o uso de rédeas de couro de cabrito (Paraíba) que tem fio de nylon interno.
-O BUÇAL c/CABRESTO, PEITEIRA e RABICHO: são de uso opcional, porém quando usados deverão respeitar as características das cordas mencionadas acima.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Movimento a La Rienda


Movimento a La Rienda

O “Movimento a La Rienda” não é só uma prova, mas uma maneira de avaliar um sistema de adestramento e condução do cavalo intimamente ligados às nossas origens e aprovada eficiência.


Características avaliadas:
• Morfológicas
o Equilíbrio
o Flexibilidade
o Velocidade
o Cap. Atlética
o Boca

• Emocionais
o Docilidade (Temperamento Caráter)
o Coragem
o Rusticidade

• Intelectuais
o Memória
o Compreensão


Como é avaliado:
Em 8 movimentos:
• Execução e precisão
• Reunião

o Colocação Cabeça-Pescoço
o Permeabilidade
o Utilização dos Posteriores

• Contato
• Velocidade
• Naturalidade e Fluidez
• Cadência
• Docilidade
• Retidão (alinhamento reto)
• Reações

1 – Andadura (0-10 pontos) - PASSO, TROTE E GALOPE.

• Firmeza
• Tipicidade
• Avanço
• Frequência

Os jurados se colocarão no centro da pista na qual terá dois pontos remarcados para as trocas de andaduras.
O participante detido no ponto estabelecido começará sua prova no sentido horário dando meia volta ao tranco, meia volta ao trote e uma volta completa ao galope em cada mão. Para a troca de mão o cavalo deverá colocar seus posteriores, girar sobre os mesmos e arranca na outra mão dando uma volta completa, parando em frente aos jurados.
A volta deverá ser suficientemente grande para que o jurado possa apreciar com comodidade as trocas de andaduras.
Serão avaliadas as transições de parado para o tranco, tranco para o trote e do trote para o galope nos pontos pré-estabelecidos.
Se exigirá nos três pontos contato e posicionamento correto. 

2 - Esbarrada (0-10 pontos)

Esbarrada:
• Que pare flexionando o lombo e as três articulações dos posteriores.
• Colocação Cabeça-Pescoço
• Boca
Corrida:• Firmeza
• Retidão (alinhamento reto)
• Conservar a mão
• Velocidade
• Longitude
Volta:
• Sobre as patas
• Elevando as paletas
• Fluidez

O animal deve ser lançado com velocidade em uma linha reta de aproximadamente 40 metros e esbarrar.
O cavalo deve entrar francamente suas patas e esbarrar. Depois de tranquilizado deve voltar sobre uma de suas patas e iniciar o trajeto inverso pelo mesmo rastro, terminando em outro esbarro.
Depois voltar sobre a outra pata percorrer meia pista e esbarrar em frente ao jurado.
As voltas devem ser sempre de frente para os jurados.

3 – Troya (0-10 pontos)

• Mão e pata correta
• Transição de parado a galope
• Rastro
• Volta
• Cadência
• Encurvação e equilíbrio
• Velocidade

Se exige galopar em círculos que não excedam mais de 8 a 10 metros de diâmetro. Se começa galopando no sentido horário e depois de duas volta no mínimo nesta mão, o cavalo esbarra e retoma trocando de mão e patas para entrar no círculo anterior no sentido contrário completando no mínimo outras duas voltas e terminar o movimento esbarrando e ¼ de volta em frente ao jurado.



4 – Oito (0-10 pontos)

• Troca de pata e mão simultaneamente e com fluidez
• Manter o eixo
• Tamanho uniforme dos círculos
• Transição de parado a galope
• Cadência
• Encurvação e equilíbrio
• Velocidade

Trata-se de fazer ao galope a figura de um oito imaginário não ultrapassando o tamanho de 10 a 12 metros. Inicia-se no centro da figura oito e as trocas de mãos e patas se efetuam nesse lugar e sem perder a continuidade do movimento.
Deverá ser feito dois oitos completos no mínimo. O movimento se iniciará em frente ao jurado.

5 – Velocidade (0-10 pontos)

Volapie:
• Esbarrada

o Que pare flexionando o lombo e as três articulações dos posteriores.
o Colocação Cabeça-Pescoço
o Boca

• Continuidade na meia volta
• Atitude dos posteriores na meia volta

Corrida:
• Firmeza
• Retidão (alinhamento reto)
• Conservar a mão
• Velocidade
• Longitude

O cavalo arranca em linha reta com velocidade, aproximadamente 40 metros, e esbarra, sem parar gira 180 graus sobre uma das patas com rapidez e velocidade até sair em direção contrária, repetindo o movimentos de esbarro e giro. Ainda em linha reta, e em velocidade, esbarra no centro e com ¼ de volta fica de frente aos jurados.

6 – Volta sobre as patas (0-10 pontos)

• Uso das patas como pivô
• Liberação das paletas
• Fluidez
• Encurvação
• Colocação de Cabeça-Pescoço
• Velocidade

O animal convenientemente reunido deverá girar usando como pivô a pata interna. O peso deverá recair sobre os posteriores, liberando as paletas de forma franca.
Se exigirá duas voltas de giro para cada lado no mínimo.

7 – Desmontar e montar (0-4 pontos)

• Quietude
• Que o cavalo não demonstre intenção de fugir
• Quando montar que o cavalo não bandeie o lombo

O Ginete desmontará com naturalidade e sem exagero de frente aos jurados deixando pelo menos uma das rédeas no chão, se distanciará do cavalo dando uma volta ao redor em sentido anti-horário para voltar a montar com suavidade.
Tudo deve ser feito com naturalidade e sem demorar muito tempo. O cavalo deverá partir na ordem do Ginete.

8 – Recuo (0-6 pontos)

• Retidão (alinhamento reto)
• Diagonalidade
• Posição Cabeça-Pescoço
• Fluidez

Parado em frente aos jurados se exige do participante que recue uns 5 metros em linha reta.


Movimento a La Rienda “Mãe de Provas” – Por Luis Bustos

Analisando esses parâmetros podemos falar que um cavalo é:
Manso: quando está absolutamente confiado no homem e o respeita.
Tranquilo: quando perante um requerimento do Ginete responde sem reagir temperamentalmente e executa seus movimentos sem acusar estresse ou rigidez.
Flexível: quando tem conseguido ter a elasticidade em todas as suas partes mediante a um treinamento racional, o que lhe confere um melhor equilíbrio e, portanto, um menor gasto energético no esforço.
Obediente e disciplinado: porque foi submetido a um treinamento psicofísico racional e coerente, que o leva a estar sempre atento e disposto a toda indicação que lhe faz o Ginete.
Este se contrapõe a autodeterminação que outros estilos propõem.