quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Expointer Universitária: entenda as características de uma vaca leiteira

Expointer Universitária: entenda as características de uma vaca leiteira

Distinções anatômicas indicam se o animal é bom para o corte ou para a produção de leite



Deivid Duarte/Especial RuralBR

A holandesa (à esquerda) produz mais leite do que a da raça jersey
Elas são enormes e de ossos salientes. Para um novato em criação de gado, podem até parecer desnutridas. As vacas leiteiras possuem porte distinto das de corte, que são mais cheias e musculosas. Porém, elas têm a característica de transformar alimento em mais leite, e não em massa muscular, como ressalta o expositor Jorge Fonseca, 67 anos, criador de vacas leiteiras há 36.
– É por isso que elas são mais angulosas, com os ossos aparentes – explica Jorge.
  
A quantidade de ossos à mostra e a distância entre as costelas são equivalentes à produção de leite: quanto mais osso, mais leite.
– As pessoas acham que elas estão desnutridas. Na verdade, elas têm muito menos massa muscular do que as vacas de corte – diz Fonseca.
Desde seus primeiros dias, é possível notar se a vaca vai ser para corte ou produção de leite.
– Já no parto sabemos se a vaca vai ser boa para dar leite. Elas já nascem com os ossos aparentes  – conta Joel dos Santos, preparador de vacas da cabanha Terra Santa.
Na Expointer, são expostas exclusivamente dois tipos de vacas leiteiras: holandesa e jersey. A diferença entre elas está no porte e na produção e tipo de leite. A holandesa sempre é maior. A jersey, de pelagem lisa e marrom, produz menos leite.
– Mas o leite delas tem mais gordura e proteínas – explica o preparador.
A holandesa, de pelagem branca e preta, pode produzir quase 50 litros de leite por dia, em duas ordenhas.
– Elas são mais cosmopolitas, mais adaptáveis – conta Fonseca.
Esse é o motivo das holandesas serem as mais escolhidas em todo o mundo para a produção de leite. O produtor Jorge Fonseca conta que a venda de animais não é o único intuito da exposição. A mostra pode ser o primeiro passo para negócios ou até para compra apenas de leite.
– Trazemos apenas ‘a nata’, o que temos de melhor para a Expointer – brinca o criador.
Para o visitante Luiz Knorr, ex-dono de uma usina de leite e ex-criador de vacas, os possíveis compradores estão atrás de boa genética, seja para qualidade ou quantidade de leite, ou até para a cruza.
– O preço de uma vaca leiteira campeã pode chegar ao de uma caminhonete de grande porte, cerca de 200 mil reais – revela.
Há ainda outro motivo para a exposição das leiteiras: o tradicional Concurso Leiteiro, em que a vaca que produz mais leite nas ordenhas é premiada. Para a competição, as vacas são alimentadas apenas com ração e feno, sendo vedada qualquer uso de estimulantes. A campeã desta edição da Expointer é a vaca Tang Anita Lheros, da Granja Tang, de Farroupilha. De raça holandesa, ela produziu 77 quilos de leite em três ordenhas

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