Um tipo, um olhar, uma pista

80 Anos da ABCCC: Um tipo, um olhar, uma pista

ABCCC - 80 Anos

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Pensava-se num tipo de cavalo, ou numa conjugação que ainda se desenhava: força muscular e agilidade de movimentos. O crioulo já era um cavalo sem fronteiras, agregando sangues sul-riograndenses, uruguaios e argentinos. 

Cada um tinha seu tipo: os argentinos, mais pesados e linfáticos, descendiam do Haras El Cardal, de Emílio Solanet. Um outro sangue pródigo em resistência e nervos à flor do couro vinham da planície uruguaio-riograndense, especialmente dos campos de Mello, da legendária La Invernada. Pulava miúdo a preocupação com esse cavalo em movimento. Numa publicação da Associación de Criadores de Caballos Criollos - Seccion Interamericana, de 1953, o engenheiro agrônomo uruguaio Julio Ponce de Leon escreve o artigo "Las Pruebas Funcionales". Nele, recomenda observar, além do tipo, também a atuação do cavalo montado.

É uma época, porém, em que os olhares estão voltados pra pista e para os julgamentos. Um desses palcos é o Parque Menino Deus, em Porto Alegre. Ali convergem todos os tipos, todas as tendências, toda a busca de uma seleção. Puxados por gaúchos devidamente pilchados - chapéu de aba larga, bombacha, tirador, lenço, poncho - esses cavalos demarcaram, classicamente, a busca de um tipo, uma estampa, algo que enchesse o olhar. Era preciso, porém, que se alçasse ao movimento. Continuava a busca.

 

Parque Menino Deus (1962)