domingo, 7 de julho de 2013

O açúcar nosso de cada dia "Civilização do açúcar - da Colônia ao etanol" é o tema de capa da RHBN do mês de julho. Além da doçura que permeou passado do país, edição tem em pauta outros assuntos, como um Especial sobre vida e obra de Nicolau Maquiavel

O açúcar nosso de cada dia

"Civilização do açúcar - da Colônia ao etanol" é o tema de capa da RHBN do mês de julho. Além da doçura que permeou passado do país, edição tem em pauta outros assuntos, como um Especial sobre vida e obra de Nicolau Maquiavel

Há quem diga que o sexo e a comida são os dois maiores prazeres da vida. No caso brasileiro, o açúcar vem cumprindo um papel histórico de dar “liga” aos dois, combinando a natureza violenta e dominadora a uma cultura adocicada, marcada pela negociação dos conflitos.
A sensibilidade despertada pelo sabor açucarado e os lucros advindos desse comércio motivaram a construção de uma sociedade em que o mais português dos preconceitos não resistiu às tentações do suor escravo, conforme demonstrou Gilberto Freyre. Para mucamas, quituteiras, concubinas ou cozinheiras, a satisfação da gula tinha valor de liberdade. No cerco dos engenhos, o açúcar era o resultado de um complexo sistema produtivo, mas foi se tornando também a autonomia da colônia, a sobrevivência do escravo, o segredo da sedução feminina, a moeda dos mascates, o pecado, a autoridade e a violência do senhor.

 Mas o poder tem sua própria lógica de preservação. Subordinou a ecologia, ampliou-se em redes comerciais espalhadas por todo o mundo ocidental e forjou a mentalidade do colonizado. Imperialista, logo, territorial, o açúcar ainda hoje invade a Amazônia. Seu produto bruto é “senhor” do imaginário de gulosos de todos os gêneros, enquanto derivados, como a cachaça ou a confeitaria, continuam dando satisfações ao homem e à mulher contemporâneos.Clique na imagem para conferir o que está em pautaClique na imagem para conferir o que está em pauta

Nenhum comentário:

Postar um comentário